Renovadas esperanças nasceram! Mas até à data esses infundados prelúdios de uma idade do oiro, soçobram envoltas nas brumas da idade da trampa, que daí para cá se instalou a mata cavalos entre os mais esconsos locais deste mundo cada vez menor, mais povoado, menos seguro, mais poluído e desigual.
Como nos filmes catástrofe dos anos setenta, os poderosos parecem não perceber que se a coisa descambar, ela descambará também para eles, pois desaparecendo a grande maioria dos cretinos que lhes engordam os glúteos dificilmente sobreviverão. A queda do muro, trazia também esperanças para os que já estavam do lado de cá, nem para uns nem para outros, se revelaram verdadeiras, todas as benesses, idealizadas nesse dia há vinte anos.
Os tumultos igualitários, ecos de um passado que lançou gritos de igualdade e fraternidade, ficaram em cacos, a subserviência ao poder das finanças, atordoou uns primeiro, depois os outros, sem terem mesmo ainda tempo de acordar do sonho, já se viam confrontados com uma realidade que não era a esperada.
Também os de cá se viram subitamente a braços com novas hordas de invasores, que trouxeram realidades novas, actualizações de coisas antigas, bem como um tipo de crime organizado e frio que não existia por cá. Também vieram coisas óptimas, gente boa e qualificada, opções culturais diferentes, música, cinema e teatro. Novas visões da religião e diferentes cosmogonias da vida, no entanto entre o deve e o haver, nem uns receberam aquilo que iriam ganhar, nem outros perderam o que pensavam que iam perder.
A realidade vinte anos passados não é ainda nada por aí além, a EU, continua sem resolver problemas importantes no seu seio, de leste surgem mais problemas sociais, verdadeiras pragas bíblicas de gafanhotos oportunistas, vigaristas e ladrões, gentalha sem eira nem beira que se dedica ao disparate e à subsídiocracia, como se não houvessem já que chegassem desse tipo de sanguessugas.
A Europa de porta aberta de Lisboa a Chilia Veche na Roménia, também é produto dessa queda, para o mal e para o bem a queda do muro, redefiniu uma vez mais o contexto do velho continente, propiciando um mundo novo onde ele é já tão velho. A queda foi um bem de que só perceberemos a realidade daqui a uns bons anos, ou então, foi o prelúdio de outra queda, que fará ruir a Europa enquanto entidade geográfica, dinamizadora de um mundo, cada vez mais extremado, alagado em vagas de religiões mais ou menos cretinas, como se não o fossem todas, da capitalização dessa queda, dependemos grandemente para o nosso futuro, até porque estou em crer que a queda da Europa arrastará o mundo! Mas como sou um optimista, direi apenas, alegrem-se que isto poderá ser ainda pior do que aquilo que estou a pensar.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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