sexta-feira, março 21, 2025

Labreguices…


 Fonte:https://discover.hubpages.com/literature/Top-10-redneck-stereotypes

 

Portugal está em plena mudança, a população autóctone declina, em breves décadas seremos um país de velhadas caquéticos, talvez o primeiro país da Europa que verá a sua população autóctone extinguir-se, não é bom nem é mau, é apenas a dinâmica da História a seguir o seu curso natural.

Mas não liguem ao meu pessimismo excessivo, que não é disso que vos quero falar. Quero isso sim falar-vos da labreguice, e vou atribuir ao vocábulo um dos seus vários significados, a saber, «Que ou quem é considerado demasiado ingénuo ou ignorante ou seja "Lorpa"», esta tal labreguice corre impante pelo país, voltassem hoje reerguidos da tumba os Vencidos da Vida, e estou seguro que prestes morreriam todos de apoplexia, não que as mudanças sejam muitas, são é ainda mais gravosas, a politiquice continua mais ou menos na mesma, com os seus miserandos actores, porém cada vez com pior qualidade, não estranhariam isso esses “vencidos”, provavelmente ficariam apenas espantados como é possível descer tanto e tão baixo, como é possível tanta mediocridade, mas não creio que estranhassem.

Já no que toca a algumas peculiaridades da sociedade, creio que esses bravos “vencidos” se vissem tentados a arrepelar os cabelos, com por exemplo, entre outros fenómenos patéticos, no que toca à utilização da língua portuguesa, e já não falo na cada vez maior perda dos sotaques regionais, que são noutros países uma riqueza, por cá sempre o foram olhados de soslaio. Não falo na moda dos “doutores”, nem na moda dos nomes compostos, coisas labregas que eram do “tempo” dos vencidos e que hoje deveriam ser arcaicas, são surpreendentemente moda, não falo na dupla acentuação de algumas palavras, mais uma labreguice dos que têm a mania de bem falantes.

Falo de modas estúpidas que desvirtuam a nossa língua, por exemplo, o «póssamos» ao invés do «possamos» ou o ainda mais labrego «fáçamos» ou invés do correctíssimo «façamos», um outro exemplo, hoje já é raro ouvir alguém dizer - «vou falar-lhe», o mais comumo é ouvir a labreguice «vou falar a ele», aplicando-se essa formula labrega a todas as formas, «vou falar a ele», «falei a ele» ou «falei a elas», num orgia de labreguice nunca antes vista.

Tão mau quanto isso é uma outra labreguice, que nos entrou pela casa adentro propalada por uma luminária do telelixo nacional que referindo-se a si próprio como um cultor da língua nacional, declarou, que ao cumprimentar alguém dizia sempre – é um gosto, porque prazer é outra coisa – afirmou a galhofeira e pateta criatura, que entende tanto da língua que fala com eu entendo de lagares de azeite.

E foi um ver se te avias, de «muito gostos», o coitado do “prazer” foi para o maneta, arremessado para o oblívio por uma horda de sevandijas labregos que achando-se muito cultos, demonstram que são apenas uma bela e refinada corja de labregos, e assim meus caros vai o nosso pacífico caminho para a extinção, começando nestas pequenas coisas, nestes pequenos detalhes que parecem irrelevantes mas que bem pelo contrário revelam o estado de miséria deste país.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

sexta-feira, março 14, 2025

Ai se ele cai...

 

Fonte da imagem: https://cnnportugal.iol.pt/luis-montenegro/vicente-fernandes/jovem-que-atirou-tinta-a-montenegro-nao-pretendia-prejudicar-o-vestuario-do-primeiro-ministro/20241009/67069a17d34e94b82906134d

 

E não é que caiu mesmo. A agência imobiliária Montenegro&Sucessores LDA, que entre uma negociata e outra fazia de conta que era um governo, caiu, a moção de confiança, que sabíamos fadada para não vingar, foi rejeitada, logo sua excelência o senhor Presidente não tinha mais nada para fazer do que encomendar a alma a este faz de conta que é um governo.

Não víamos um governo tão miserável e medíocre desde o tempo daquele nado morto governamental protagonizado por outro fantástico portento da política nacional, o senhor Lopes, cujo irritante hábito de insistir em estar sempre à tona a dar à tramela despejando as maiores abstrusidades, faz dele, a par com o gasolineiro de Boliqueime, uma das duas mais patéticas criaturas politiqueiras que este Portugal contemporâneo produziu.

Falo do senhor Montenegro com o à vontade de quem sempre disse que o dito senhor era um erro de casting, a queda extemporânea do seu faz de conta que é um governo, prova que eu tinha razão. O pior de toda esta inenarrável trapalhada é que as alternativas também não auguram nada de bom, infelizmente para este pobre país, estamos como outros países em plena crise de valores, de decência e de honestidade.

Dia 18 de Maio, lá iremos, quase todos, votar. Lá iremos, os que ainda se interessam, que são cada vez menos, escolher um novo governo, infelizmente é minha convicção que teremos um Montenegro versão 2.0, mas agraciado com uma maioria absoluta, isto porque em Portugal adoramos rebotalho, é uma coisa muito nossa, temo que a abstenção vá ser colossal, como também já se tornou hábito, temos portanto as condições para uma tempestade perfeita, veremos.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

sexta-feira, fevereiro 21, 2025

O senhor das percepções

 

Fonte da imagem:https://www.toonpool.com/cartoons/Corruption_66434

 

 

 

Confesso que adoro patetas, tenho por ele um carinho particular, até porque muitos deles não sabem que o são, o que torna a coisa ainda mais deliciosamente humorística. Muitos desses patetas alegres, são, foram e ou aspiram a ser políticos, acrescento que Portugal deve ter a maior colecção do Mundo de politiqueiros patetas.

Na sua edição em papel do dia 14 de Fevereiro do corrente ano1, o jornal “Público”, apresenta uma coluna de um desses mencionados patetas politiqueiros, acho impressionante que os jornais e as televisões invistam tanto neste tipo de tropa fandanga, como se essa gente tivesse algo de importante para nos dizer.

O título da crónica desse dia era “A perceção sobre a perceção das perceções sobre corrupção”, para meu maior gáudio o autor da dita crónica, o senhor Silva, emérito antigo ministro da Cultura, pessoa de muitos méritos e capacidades, sapientíssimo e omnisciente, do alto dos seus pergaminhos intelectuais, acha por bem derramar a sua douta intelectualidade semanalmente ali naquela coluna de um jornal diário, regando assim com as suas iluminadas tiradas a secura da ignorância de todos nós o poveco néscio.

Dizia eu, que para ainda meu maior gáudio o homem escreve segundo as normas do acordo ortográfico, um acordo que transformou a escrita do português naquilo que chamo “merdalhês” coisa que me recuso a escrever, facto esse que torna a coisa ainda mais risível, mais pateta portanto.

Mas perdoem-me que me estou a desviar do propósito que me trouxe aqui, resumindo, o senhor Silva na sua crónica, desvaloriza, como quase sempre o fazem as elites, as “percepções” do povinho pagante, sobre o ascendente da corrupção cá pelo reino da fantasia, cita de memória, diz ele a certa altura, uma outra luminária, antiga ministra da Justiça, uma frase que a dita senhora terá propalado aos microfones de uma rádio, “...ao longo da história, em nome das perceções, foram cometidas as maiores atrocidades”, fim de citação.

É pá, não sendo eu historiador, nem nada que se lhe pareça, não estou a ver, que “maiores atrocidades”, tenham sido propiciadas por percepções, assim de memória, vejamos, o Holocausto dos Nazis sobre os judeus, deveu-se sobretudo ao ódio racista, o massacre do dia de São Bartolomeu, a 24 de agosto de 1572 em França, em que milhares de pessoas são assassinadas devido ao ódio religioso, estou a lembrar-me do massacre de Srebrenica ocorrido entre 11 e 25 de julho de 1995 nos territórios da ex Jugoslávia, novamente com milhares de vítimas, ficou igualmente a dever-se ao ódio religioso e a questões políticas. Vem também à minha memória o genocídio da minoria Arménia pelos turcos, tido como o primeiro da modernidade, após a criação do vocábulo, mais de 1 milhão de vítimas, tudo motivado por questões políticas originados pelo expansionismo otomano, além, de ódios raciais e religiosos.

Ora, destas coisas hediondas todas, das maiores que temos relato, nada aqui tem que ver com percepções, ou seja, a senhora ex ministra, quis fazer bonito e pumba, lá solta uma bojarda pateta, prontamente agarrada, pelo senhor Silva, como justificação da sua opinião igualmente pateta, é de temer esta ignorância, mas ainda temos pior.

A certa altura da sua escorrência verborreica passada ao papel, o senhor Silva, emérito que é, ataca com a seguinte, “perceção”, pois não existem dados que permitam comprovar o que afirma, “...não há como não afirmar que já é distante o país em que se gratificava o ajudante de notário para fazer uma escritura, o agente da polícia, para não passar uma multa, o fiscal camarário, para fechar os olhos a uma obra, e o autarca, para licenciar um projeto.”

Esta tirada é ao mesmo tempo perigosa e pateta. Primeiro, notem que nesta “perceção” do senhor Silva, o nosso sapiente senhor Silva refere o ajudante de notário e não o notário como agente corrupto, dando depois mais exemplos e declarando-nos longe desses tempos. A afirmação do senhor Silva é perigosa, a crer no que disse a senhora ex ministra citada pelo dito senhor, por tratar-se de uma percepção, depois é pateta, porque revela a enorme ignorância do senhor Silva, no que toca ao país onde vive, essa mesma afirmação seria apenas pateta se dita pelo senhor Antunes, sapateiro de Vila Nova da Agrela, ou pela Chica Zarolha, taberneira de São Pancrácio da Giesteira ou até por mim simples labregote aqui da aldeola, seria normal, afinal somos apenas povo ignorante, agora tal afirmação produzida por tão douta, sapiente e capaz personagem que escreve em jornais e já foi ministro é assustadoramente demonstrativo de um grau de ignorância tremendo, o senhor Silva ignora, logo não sabe, logo diz patetices.

Parece então que o povo, não pode ter percepções, tadinhos, dos ignorantes, já se forem as elites a ter percepções essas passam a ser certezas. Parece igualmente que no entender do senhor Silva existe “pequena corrupção” e “grande corrupção”, discordo completamente desta abordagem, o que é existe é corrupção, quem se vende por um tostão mais depressa o faz por um milhão.

Fico pois estarrecido com esta gentinha, tão cheia de pergaminhos, tão sapiente, mas que vive numa bolha, desconhece a realidade do país onde habita, desconhece a natureza do “tuga”, ao contrário do que afirma o senhor Silva o Portugal da corrupção não está distante, ele continua de vento em popa, infelizmente o senhor Silva desconhece a nossa propensão para a corrupção, isto é preocupante porque gente desta igualha, estes dois referidos incluídos, chegam ao Poder, governam-nos, e como pode este tipo de gente governar se não conhece quem governa?


Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

1https://www.publico.pt/2025/02/13/opiniao/opiniao/percecao-percecao-percecoes-corrupcao-2122491

sexta-feira, fevereiro 14, 2025

First we take Manhatan, then we take Berlin1

 

Fonte da imagem:https://www.npr.org/2016/09/09/493305639/tracking-the-rebirth-of-the-birther-conspiracy

 

As eleições presidenciais dos EUA voltaram a dar excelentes resultados, como todos já devem ter percebido. Uns extasiados com o regresso do estado de circo, outros com o acre na boca por causa dos palhaços ricos.

Os Estados Unidos da América são um caso sério, um caso que merecia um aturado estudo, para percebermos todos como pode um país produzir tanta gente incrivelmente burra e estúpida a roçar o absurdo, um estudo que nos esclareça sobre como a estupidez colectiva pode influenciar determinantemente o rumo de uma nação, fazendo até com que a mesma comece a exibir sinais preocupantes de decadência, que achávamos todos já não ser possível num século como este em que vivemos, tal sem prejuízo de pessoalmente acreditar que vivemos actualmente o século dos imbecis, mantenho a esperança de que se conseguirmos sobreviver à próxima centúria, teremos boas hipóteses de querer reformar a Humanidade, reformulando-nos para um novo século em que a tal Humanidade finalmente descobrirá o respeito por si, pelas outras espécies e pelo único lar que temos, este nosso planeta Terra, já sei, sou um cretino lírico, pois se calhar tendes razão, mas mantenho essa esperança.

Ora voltando aos “ianques” mais às suas escolhas políticas. É difícil imaginar um tempo mais inoportuno do que este para surgir um líder tão medíocre como aquele que actualmente faz da Casa Branca um circo. Com um ditador nazi comunista instalado a Leste, de onde orquestra guerras, desacatos e desordens, intoxicando antigas “colónias”, com o Império do Meio, a afiar as garras para prosseguir, de modo mais assertivo, a sua agenda de conquista do Mundo, patrocinando o descalabro em que o Mundo está, fazendo jus ao título que escolhi para este artigo, assim nada existia de pior, para conseguir esse propósito, do que promover aquela intelectualmente pobre e patética figura de títere que se instalou na cadeira do poder dos “ianques”, transformando tudo isto numa grande trampa, fazendo assim justa homenagem ao nome da infeliz criatura.

É difícil imaginarmos uma mais difícil e periclitante conjuntura mundial, para que sujam e ressurjam tantos imbecis a quererem dominar o Mundo, podem falar-me inclusivamente de vários modelos teóricos de ciclos económicos em que o Mundo se move, por exemplo as “ondas de Kondratiev”2, teorias essas que dizem que o Mundo avança em ciclos de várias décadas com altos e baixos, se tais teorias forem verdade, efectivamente “batemos no fundo”.

É difícil neste momento fazer um exercício de previsão que nos permita ter uma visão mais ou menos concreta e global das próximas 4 ou 5 décadas, no entanto, volvido que está um quarto deste actual século XXI, e olhando apenas para esses 25 anos, é fácil perceber o quão em perigo está a Democracia, podendo-se mesmo questionar se a mesma realmente existe, ou não, nalgum local deste pobre e massacrado planeta, no entanto o facto mais visível, e indesmentível, é que mesmo nos locais que se orgulhavam das suas “Democracias” essa Democracia está cada vez mais acossada, os EUA são disso um exemplo gritante, a própria Europa, está a caminhar para o caos, vários são já os países que mercê de políticas questionáveis e de excessos democráticos, se vêem actualmente a braços com verdadeiras situações de guerrilha perpetradas por bandos de criminosos, as mais das vezes estranhos aos países onde estão, olhemos a Suécia, a Holanda, França e mesmo a Alemanha, com Portugal a caminhar para lá a passos largos.

Assim a eleição presidencial nos Estados Unidos da América, espoletou um quadro de implosão do bom senso e do sentido de Estado, faculdades que já se observavam em défice nos governantes, observam-se agora com total ausência em muitas das criaturas medíocres que detêm o poder em países de importância, dado que noutros pardieiros de terceiro mundo a coisa está igual.

Estamos portanto, meus caros, a viver numa completa trampa de Mundo, não é bom nem é mau é o que é, acaso sobrevivamos enquanto espécie a esta nova era de trevas, pode ser que o que resulte desse processo seja determinante para o nosso avanço enquanto espécie, coisa em que tenho muita dificuldade em acreditar, no entanto veremos, entretanto, vão aproveitando o que resta do “vosso” Mundo, vão aproveitando as pessoas de quem gostam, o Sol, as férias, e o resto que isto ainda vai tendo de menos mau, porque nada disto é garantido.


Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia


1https://www.youtube.com/watch?v=JTTC_fD598A

2https://www.sociostudies.org/almanac/k_waves/k_waves_2_en/

sexta-feira, fevereiro 07, 2025

Promiscuidade

 

Fonte da imagem:http://circulosavassi.blogspot.com/2012/05/promiscuidade-paradigmatica-da.html

 

 Promiscuidade

1. Reunião de indivíduos muito diferentes, cuja mistura ou intimidade é considerada contrária aos bons costumes;

2. Carácter do que se considera desagradável, pela vizinhança de grande número de pessoas, pela falta de higiene ou pela falta de intimidade;

3. Em sentido figurado significa, mistura confusa e desordenada.1


Dei-me ao trabalho de consultar a Infopédia, que é uma excelente ferramenta diga-se “en passant”, para complementar este pequeno artiguelho de hoje, onde me proponho discorrer sobre a “promiscuidade” elencada no ponto 1º da definição acima transcrita, até porque quando se fala de “promiscuidade” a maioria das pessoas associa imediatamente esse vocábulo a comportamentos sexuais libertinos, no então a definição cala mais fundo.

Pois porque é dessas “reuniões” de indivíduos muito diferentes que surge a promiscuidade realmente mais feia e degradante, enquanto elemento essencial de promoção da corrupção, essa promiscuidade pode não se dar por ela nos grandes meios urbanos, mas em aldeolas como aquela em que habito, a promiscuidade não só é perfeitamente visível, tolerada e aceite, como algo perfeitamente normal, e não como a nefasta desestabilização da Democracia infelizmente cada vez mais presente nas sociedades.

No dia a dia não é difícil ver a “promiscuidade” em acção através dos seus actores principais, os protegidos mais os “chicos espertos”, todos estes patéticos seres, exploram a promiscuidade em seu proveito. E como é que se distingue a “promiscuidade”? Podem os meus amigos questionar, nada mais fácil respondo eu, ele há muitos tipos de “promiscuidade”, alguns desses tipos podem inclusivamente configurar crimes, mas como não sou jurista nem possuo conhecimentos nessa área vou-me abster de seguir por esse caminho.

Imaginemos que alguém tem um familiar a trabalhar numa instituição pública que aprova projectos financiados por fundos comunitários ou que tem uma posição num qualquer departamento de uma instituição pública ou que pertence a uma qualquer entidade pública, imaginem que esse familiar, transmite informações privilegiadas sobre como elaborar “projectos” e assim garantir que o tal “chico esperto” arrecada sempre o dinheirinho vindo dos cofres europeus, ou que tem tratamento privilegiado ou ainda que é atendido sempre à frente de outras pessoas, estas hipotéticas, quiçá reais e diárias situações, são evocativas da “promiscuidade” que reina há décadas nas instituições públicas, gente sem ligação que se conheça a essas instituições, que não seja conhecerem lá alguém e ou serem familiares de alguém que lá exerce funções cirandam pelos corredores e gabinetes como se nada fosse, são os “protegidos” os que têm “conhecimentos” e isto tudo com conhecimento de quem «manda», mas que age como se nada fosse, como se fosse tudo normal e aceitável.

Pior que ver estes protegidos, sempre a rondarem e a frequentarem as instituições públicas, é ver as, almoçaradas, jantaradas ou lanches, mais os “presentes” com que agraciam os funcionários dessas instituições, sabendo que com isso «compram» a impunidade de que desfrutam, acredito que em meios urbanos grandes isso seja difícil de ver, aqui na aldeola onde habito é muito fácil ver aquilo que na prática se traduz por uma “promiscuidade” promotora da corrupção.

Aliás nestes meios pequenos, rurais, quiçá atrasados e retrógrados, é fácil demais ver a “promiscuidade”, até porque como já referi, estas práticas, apesar de olhadas de soslaio e por vezes comentadas em surdina por alguns daqueles que delas não colhem frutos e ou outros poucos cuja noção de ética lhes repugna esta maneira de proceder, na maioria das vezes esta “promiscuidade” é tolerada sem grande alarde, alargando-se de um modo ou de outro a muitas das instituições públicas. É claro que isto deveria ser preocupante, infelizmente, parece que não. Depois é vê-los aos “protegidos” mais aos “chicos espertos” pavoneando-se por aí sabendo-se impunes, intocáveis, porque privam com este e com mais aquele, porque untam a mão aquele, molham a goela aqueloutro e assim vão levando a água ao seu moinho, na grande torrente da corrupção, uma das mais preocupantes doenças nacionais.

Esta teia de corrupção propiciada pela “promiscuidade” é então mais uma das característica deste nosso nobre país, isso, mais a “cunha”, o compadrio e o clientelismo, daí advindo o nepotismo oligárquico e a prepotência a que demasiados actores políticos estão ligados e são cultores. Depois queixamo-nos do “populismo”, do fascismo e de mais não sei o quê, queixando-nos igualmente da fraca participação cívica das populações bem como da muito fraca qualidade das gentes políticas, quando na verdade os culpados somos nós que enquanto sociedade deixamos tudo isto acontecer.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia


1https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/promiscuidade


sexta-feira, janeiro 31, 2025

O bucha do Arruda

 

Fonte da imagem:https://www.aerotime.aero/articles/32821-biden-official-accused-stealing-airport-luggage

 

O título do artiguelho de hoje é um trocadilho entre o apelido daquele deputado dado a colar malas aos dedos e a Bruxa da Arruda1, não tendo nada que ver uma coisa com outra, é só mesmo pela piada do trocadilho.

Mas vamos lá ao que interessa. Veio a público, divulgado em vários meios de comunicação social, que um deputado pertencente a um partido político com assento no parlamento deste alegado país, se dedicou durante uns tempos a roubar bagagens no aeroporto, vendendo posteriormente o conteúdo numa plataforma online. Basicamente estamos alegadamente perante um pilha-galinhas típico, um ladrãozeco medíocre e miserável.

O pior é que a criatura é um deputado, eleito pelo tal “nobre povo”, como representante da Nação, começa bem isto. Nós sabemos, disso temos tido variados exemplos, que a casa da Democracia é muito mal frequentada, tal como os corredores do Poder, pois são também vários os exemplos de tabardilhas galfarros que ocuparam pastas ministeriais, daqui resultando a mais que óbvia conclusão de que este alegado país bateu efectivamente no fundo.

O senhor Arruda, é uma incrível aberração, prova de que o crivo das instituições deste alegado país, pura e simplesmente não existe, o homem foi expulso de várias instituições, sendo que desde criança que dava sinais de ser um bocadito esquisito, dizem os seus amigos de infância, em declarações ao jornal Público2 que, “...Arruda é “instável”, as outras crianças tinham medo de brincar com ele porque “de repente virava”.”, ou seja o Arrudazinho, já demonstrava que não jogava com o baralho todo e que a coisa tinha pernas para andar ou antes desandar.

O homem foi crescendo, sem surpresa a coisa foi escalando, apesar de uma proficiente capacidade académica, tirou, ao que parece, uma licenciatura e dois mestrados, o que nos faz temer sobre a qualidade do Ensino Superior, apesar dessa aparente proficiência, as aberrações continuaram o senhor Arruda conseguiu ser expulso da Tuna académica da universidade que frequentou, por alegada “má conduta”. É pá, ser expulso, notem, por má conduta, de um antro de bêbados, onde muitas vezes reina a maior das bandalheiras e despautérios é obra, é preciso ter mesmo um tijolo desalinhado.

O senhor Arruda chegou até a ser militante do Partido Socialista, o que também nos faz recear sobre a qualidade dos militantes dos partidos políticos, e que belos exemplos temos tido, não apenas do PS mas de todos os outros grupelhos partidários, onde chafurda uma verdadeira elite de lixo, de trafulhas, vigaristas e trapaceiros.

O Exército foi outro dos locais em que o senhor Arruda deu largas aos seus desequilíbrios, ao que parece conseguiu chegar à classe de sargentos, alegadamente terá protagonizada vários episódios excêntricos, como aparecer no aeroporto de Lisboa com uma bandeira dos Açores enrolada à cintura, gerando estranheza entre os camaradas militares, o facto do senhor Arruda ter passado pelas fileiras do Exército abona muito pouco em favor dessa nobre instituição, fazendo-me temer pela qualidade dos elementos a quem se dá armas e ensina a matar, mas tendo em conta o estado miserável a que chegaram as Forças Armadas deste alegado país, não admira que o crivo esteja tão baixo que arruda e outras ervas daninhas entrem.

O senhor Arruda ao que parece, isto é, alegadamente declarou-se simpatizante de tendências neonazis, declarou igualmente e alegadamente claro está a sua admiração ao Botas de Santa Comba, naquilo que se pode classificar como mais uma indicação da sua alma perturbada.

E é isto meus caros, assim vai esta pobre nação, de heróis que matam mulheres, batem em velhos e crianças, muito fortes com os fracos, subservientes até à obediência canina com os fortes, uma sombra de antanho, um país de escumalha degenerada, por isso siga o baile…

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

1https://www.cm-arruda.pt/historia-da-bruxa-da-arruda

2https://www.publico.pt/2025/01/25/politica/noticia/deputado-malas-expulso-tuna-apoiou-neonazis-ja-ps-2120160

sexta-feira, janeiro 24, 2025

Lei dos solos, mais patranha!

 

Fonte da imagem: https://florestas.pt/conhecer/os-solos-em-portugal-conhecer-para-beneficiar/

 

O actual governo, na pessoa do seu líder, o senhor Montenegro, homem sagaz e sapiente, adorador que é, daquele que actualmente se prefigura como o grande “guru” espiritual do saco de gatos que é o PSD, o já sobejamente conhecido “Migalhas” o gasolineiro de Boliqueime, fino estratega e luminoso farol da social democracia nacional, dizia eu, então, que o actual governo se lembrou de alterar a lei dos solos, para dar cumprimento às fantasiosas metas de executar o PRR a todo o vapor e baixar o preço das habitações, patranhas, o mais interessante é o apoio a esta estúrdia iniciativa dada pelo PS, bem revelador esse apoio da muita fraca qualidade quer dum quer doutro partidos .

O senhor Almeida, ao que parece, ocupante do cargo de Ministro Adjunto e da Coesão Territorial, o que quer que isso seja, afirmou impante de gáudio que “...as casas vão ficar mais baratas…”, aduziu posteriormente toda uma série de argumentos fantasiosos, daqueles que o politiquedo tanto gosta, com muitos números e percentagens e coisas assim, para justificar a barbaridade que esta gentalha vai implementar, patranhas.

Esta conversa toda, recorda-me eventos passados, veiculados pela tropa fandanga politiqueira, sempre como eventos salvíficos quase místicos, eivados daquele “sebastianismo” labrego que o povinho tanto gosta, para não ir mais atrás recordo-vos apenas, a liberalização do mercado dos combustíveis, da electricidade e das comunicações, todos estes eventos foram sempre apresentados como medidas de excelência que iriam salvar a dita honra do convento, quando após, apenas, um pouco de tempo passado, a única coisa a que essas medidas conduziram foram a aumentos brutais.

Não tenho dúvidas nenhumas, que tal será o que vai suceder com mais esta trapalhada da nova Lei dos Solos. Esta nova legislação é tão estúpida, mas tão estúpida, que em Lisboa e Porto, onde não existem terrenos rústicos a tal Lei não se aplicará, no entanto é nestas grandes cidades bem como em outros Municípios urbanos que a falta de habitação mais se faz sentir, daí se percebendo bem que esta legislação é uma absurda e estúpida perda de tempo.

Se eu me deitasse a adivinhar diria que o que vai acontecer, como já vimos acontecer noutras ocasiões, lembram-se da especulação com os terrenos ao redor da Ota quando se ventilou que o aeroporto ia para lá, será portanto mais uma ocasião para uma orgia de especulação, os terrenos agrícolas, que se enquadrarem dentro dos limites da nova legislação, e quando não se enquadrarem estica-se a lei, serão a toda a brida tornados “urbanizáveis” por alterações à pressa dos PDM dos municípios, geridos que são quase todos com os pés por galfarros autárquicos propensos a fomentarem as negociatas dos amigos, quando não, eles próprios primeiros usufrutuários das trafulhices legais que ora já se vislumbram, correndo-se o risco de os terrenos agrícolas se tornarem demasiado caros para permitem uma exploração agrícola sustentável, concorrendo inclusivamente para uma inda mais acelerada degradação e desertificação dos solos e de habitats essenciais que deveriam estar a ser preservados, tal é a perversidade desta estúpida Lei.

A falta de habitação, só terminará com o Estado a promover a construção de casas, com qualidade, bem isoladas e a custos controlados, com preços acessíveis tendo em conta os ordenados miseráveis que se pagam por cá, sem isto, todo o resto que se fizer, esta parvoíce legislativa incluída, não passará de palhaçada para “inglês ver”.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia