quarta-feira, março 02, 2011

Wikileaks Portugal!

Li até agora apenas quatro dos famosos telegramas que a Wikileaks disponibilizou e que o Jornal Expresso, publicou. Todos estes quatro documentos dizem respeito ao Ministério da Defesa e a opções desse mesmo Ministério.

Telegrama 09LISBON136: O que há de errado com o Ministério da Defesa português.
Telegrama 06LISBON2265: Portugal rejeita duas fragatas americanas.
Telegrama 09LISBON137: os perfis do ex-ministro da Defesa Nuno Severiano Teixeira e do ex-secretário de Estado João Mira Gomes.
Telegrama 09LISBON561: A compra dos submarinos e a investigação seguinte.

Começando por resumir cada um dos documentos, deve-se dizer que não trazem nada de novo, ou antes não dizem nada que uma pequena minoria de gente atenta não saiba, claro que a grande massa dos patrioteiros imbecis que por aí vegeta ainda vive a leste de tudo isto, Deo Gratias, dizem os senhores do poleiro que assim têm a sua tarefa facilitada.
Em relação ao primeiro documento, trata-se de uma minuciosa e muito bem conseguida análise sobre o funcionamento do Ministério da Defesa e das Forças Armadas. É um fartote, generais a mais que manda pouco e tem pouca gente em quem mandar porque o quadro orgânico está todo ao contrário, quase que se podia constituir uma brigada com generais e oficiais superiores, grandes comandantes de secretária, o documento cita até um caso caricato em que sendo solicitado a um Major-general , antigo Brigadeiro, general de duas estrelas, que autorize a ida da banda do exército a uma qualquer cerimónia, este responde que tem de falar com o chefe do estado maior, esta é mesmo para rir, mas só quem nunca passou pelas forças armadas portuguesas é que desconhece este nível de burocracia.
São apontadas várias causas para este estado de coisas, motivos históricos, psicológicos, orçamentais, organizacionais e outros que tais, tudo querendo dizer que é uma confusão pegada, facto indesmentível.
Quanto ao segundo documento, é um lamento, as autoridades americanas lamentam que Portugal tenha recusado a «oferta» de duas fragatas da classe Oliver Hazardd-Perry, tendo optado por comprar as Meko 2000, ora neste caso creio que fizemos bem em recusar ferro velho de 1976.
O terceiro documento, constata o óbvio, facto que também já tratei neste blogue, que tem que ver com a eterna falta de gente com sapiência que tem ocupado a cadeira do Ministério da Defesa, não falarei em incompetência, antes em desconhecimento, facto que os grupos de pressão que giram em torno das negociatas da Defesa aproveitam a seu bel-prazer como se viu no caso da compra dos submarinos.
O quarto documento, levanta precisamente o tema dos submarinos e critica a opção de compra. Aponta razões técnicas e operacionais e as graves lacunas de navios de superfície que a Armada portuguesa possui, a compra dos submarinos foi uma espécie de capricho de puta velha, arruinada e caquética mas que compra uma minissaia, apenas para mostrar umas canelas desleixadas e cadavéricas.
Estes quatro documentos, são acervo brilhante, para uma cabal descoberta da realidade sobre a classe politiqueira da Lusitânia, são o elogio ao disparate, à burrice, a torpeza da incompetência do compadrio e das negociatas falcatrueiras, como se nós não soubéssemos!

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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