terça-feira, junho 29, 2010

PC Caviar

Este fim de semana assisti a uma prédica interessante que me levou a escrevinhar esta meia dúzia de linhas. Para vos enquadrar, esta semana que passou, foi a semana das festas da cidade de Almeirim, que comemorou o seu décimo nono aniversário como cidade, óptima oportunidade para o empanzinanço báquico e desvario gastronómico tão ao gosto das lusas gentes, estando eu de serviço a um stand que se esforçou por fazer a promoção da Associação de deficientes e pessoas com necessidades especiais criada por alguns deficientes para tentar fazer ver aos ditos normais que existimos, mas adiante.
Ora estava eu sentado lá na barraquita, a ruminar nas questões triviais do dia-a-dia, quando próximo, um grupo de quatro ou cinco pessoas ouvia um deles que do alto dos seus galões, não sabendo eu quais sejam, zurzia afanosamente nas festas, criticando uns e outros, clamando vergonha de ser da terra, e porque torna e porque deixa, os outros basbaques olhavam-no embevecidos, reflectiam naquele verbo fácil e prosápia diletante a sua falta de dons de oratória e mais falhos ainda de neurónios que o papagaio, seguiam-lhe a torrente de impropérios, qual roazes à esteira da fragata.
Botei a cabeçorra cá for a para ver quem seria o insígne campeão da estúrdia e zombeteira falação, mirei-o de alto abaixo e fiquei ali a ouvir, eu sei que é má e ducação, mas que querem não resisti, o homem espumava irado, com as tasquinhas porque no seu dizer era um cóio de ladrões, com os standes de representação porque eram só para promoção disto e daqueleoutro faltando no seu dizer uma dimensão política, querendo dizer que na sua douta opinião também deveriam ali existir representações dos partidelhos politiqueiros.
A personagem é um daqueles PCP caviar, que por aí abundam, um grande carro, digno de capitalista, uma grande casa, enfim todos os sinais ostentatórios do novo riquismo cabotino e saloio desta sociedade moderna, óbviamente sempre temperados com muitas foices e martelos. Voltei para dentro, gente daquela enoja-me, conheço vários, ineptos, serviçais, velhacos, mal formados, mas sempre em prol da sociedade, em especial da deles, gente que nunca participou em nada nesta terra, nunca fizeram nada, excepto coisas que garantidamente lhes ajudassem a encher as algibeiras de alguma maneira. Os rebentos oriundos desta laia são idênticos aos papás, criaturas iluminadas, omnisapientes e irritantes até ao tutano, com a mania da sabedoria. Adoros os PCP caviar, pricipalmente quando estacionam em cima dos passeios, quando cospem no chão e quando são iguais aos outros todos que crtiticam tão acesamente.

Um abraço deste vosso amigo
Barão da Tróia

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