domingo, janeiro 04, 2009

Monsieur Le President!

Sua Excelência o senhor Presidente da Republica, finalmente abriu o armazém de migalhas de bolo-rei para proferir um inusitado discurso de miserabilismo novel anual, concorde-se ou não com a criatura, é triste verificar que os lugares comuns do senso catastrófico “demodé”, tão ao gosto do género hollyodesco do filme catástrofe de classe B dos anos 70, voltam neste ressuscitado Ed Wood à portuguesa em tonitruantes silvos na voz cava e macilenta quase imperceptível naquele sotaque, meio taberna de Alfama, meio algarvio com toques de sopinha de massa, que Sua Excelência exibe nestas ocasiões de estadão e protocolo, como se alguém com um pingo de massa cinzenta lhe desse algum crédito.
No entanto devo confessar que gostei do discurso, genericamente gostei, o que claramente demonstra que não tenho um grama de neurónios, Sua Excelência o senhor Presidente da Republica, finalmente trouxe à baila algo que nos interessa a nós pobres diabos que pagamos os vários ordenados que alimentam Sua Excelência o senhor Presidente da Republica, bem como a muitos dos seus acólitos, a crise.
O endividamento excessivo, o viver acima das posses, ora estes são temas que Sua Excelência o senhor Presidente da Republica, bem conhece, nos seus já esquecidos e longínquos tempos de Primeiro-ministro, Sua Excelência o senhor Presidente da Republica, lançou as bases deste endividamento excessivo e criou a política do miserabilismo intelectual, recordemos o caso Saramago e aquela criatura chamada Sousa Lara, o miserabilismo salarial, o miserabilismo académico, enfim enquanto Primeiro-ministro Sua Excelência o senhor Presidente da Republica, foi o campeão do miserabilismo Luso, é pois com todo o mérito e propriedade, que transvestido em paladino da verdade, Sua Excelência o senhor Presidente da Republica, fala da crise e do miserabilismo, por oposição aos fadários rosa do senhor Primeiro-ministro actual que vive num conto de fadas magalhânico, sonhando com velas desfraldas a singrar mares oceanos de fio a pavio em internauticas navegações, com os endividados municípios a terem de assumir a despesa dos navegantes.
Sua Excelência o senhor Presidente da Republica, falou e bem! Falou essencialmente, de si, do seu passado e presente, falou da escola que criou, directivas que todos os posteriores seguidores no cargo copiaram, avolumando o “mostro”, o endividamento, o despesismo e a falta de norte disto tudo. Faltou a Sua Excelência o senhor Presidente da Republica, falar dos pobres, dos que trabalham sustentando esta cloaca, do sistema político infecto, olha razão tem o Alberto que quer ser um estado federal.

Um abraço de bem-vindas ao novo ano deste vosso amigo
Barão da Tróia

1 comentário:

Anónimo disse...

PRESIDENTE é actualmente o melhor emprego que se pode arranjar cá no pardieiro.Presidente seja do que fôr...qualquer "coisa" por muito mal que cheire serve.
Abençoados aqueles que quando forem grandes,querem ser presidente.Eu qundo era pequeno queria ser policia,por isso posso estar contra os presidentes.
Desde o F.C.Porto até Felgueiras,passando pelos Bancos,todas estas casas de trabalho, caridade e transparencia,têm actualmente "presidentes" e muita gente de bem, na lista de espera,uns com sotaques vários e muitos "sopinhas de massa".
Parabens uma vez mais pela actualidade e acuidade da escrita de sangue azul.

Um abraço e bom(?) ano