sexta-feira, março 27, 2015

Numa esplanada o país!



A manhã já ia adiantada, saí à rua para uma pausa, fumar um cigarro, vício detestável e pernicioso, beber um café, e estar uns dez minutos afastado de computadores, papéis, gente doida e demais imponderabilidades de um serviço de manga de alpaca.
Um Sol quentinho ajudava ao remanso daqueles pequeníssimos instantes de paz, sentado com um amigo trocava palavras ocas daquelas que se dizem por circunstância, mas que fazem falta, olhei em volta e fiquei estarrecido, comentei com o meu amigo, que abriu olhos semi cerrados por causa da intensidade dos raios solares, concordando e atirando um – tens razão pá!
Uma mesa ali ao fundo, aquela com o cinzeiro vermelho de uma marca de refrigerante, um grupo de oito ou nove criaturas, as idades entre os vinte e os trinta anos, escumalha típica nacional, os penteados foleiros e labregos, as tatuagens, os telemóveis topo gama, a falta de competências e a baixa escolaridade, aliam-se ali ao desejo de nada fazer, vivem de expedientes, de subsídios e de pedinchas aqui e ali, a filharada sem regras vai berrando por ali aos pulos, atafulhada em doces e guloseimas, enquanto os adultos às onze da manhã saboreiam várias garrafas de cerveja.
Os ingleses chamam a este tipo de pessoas “white trash”, são pobres, as mais das vezes pobres de espírito, jovens criados sem regras, vindos de famílias miseráveis e sem estrutura, hoje já tem filhos e vivem exactamente como os pais, do crime ocasional, da pedincha e do subsídio, sem matriz cultural, completamente fora dos circuitos de cidadania, é a geração casa dos segredos.
A mesa ali mais do lado esquerdo, com o chapéu-de-sol volumoso que parece um cogumelo, venenoso neste caso, alberga dois indígenas de leste, dessa seita de polidores de esquinas que por aí vegeta, vivendo igualmente de esquemas, roubo, pedincha e prostituição, tabaco caro, resma de garrafas de cerveja, os dois ali estão serenos e descontraídos, entre os dois não há uma hora honesta de trabalho no corpo. Pertencem a esse rebotalho de leste que aí chegou e se instalou a viver à conta de todos nós os parolos.
Numa mesa de canto, mais afastada, mais três parasitas, aliás este tipo de gente gosta de estar sempre afastada dos outros, é uma mania de superioridade que possuem, ,preferem o bagaço, falam aos berros e entrecruzam o final de cada frase com “ais”, pertencem a uma suposta etnia de madraços, que a coberta das diferenças culturais vive essencialmente do parasitismo social, a mesa repleta de copos e chávenas, o chão cheio de beatas e o berreiro colossal que fazem, releva a arrogância dessa gente medíocre e asquerosa, avessa ao trabalho, racista e velhaca.
Isto não são estereótipos provocados por preconceitos, isto são factos diários, estão à vista de todos. Naquela esplanada em dezasseis pessoas apenas dois, eu e o meu amigo trabalhamos, bebíamos um café, porque isto está mau e não podemos esbanjar dinheiro, enquanto catorze criaturas vivem do parasitismo social, não trabalham, não tem qualquer actividade produtiva e ali estão a esbanjar dinheiro em bebidas alcoólicas, tabaco, telemóveis e guloseimas.
- Para compor o ramalhete só falta aqui um político, para o rol da parasitagem estar completa – disse esse meu amigo a sorrir. Era verdade, só ali faltava um desses para o cenário estar completo em termos dos vampiros sugadores de recursos gerados com o trabalho dos outros.
Tenho uma imagem de Portugal como um grande pântano, daqueles que se vemos nos filmes, insalubres e cheios de maleitas, onde os pobres carregadores de fardos, nós os que ainda trabalhamos e pagamos impostos, somos obrigados a atravessar, sendo vítimas de todo o tipo de parasitas que nos sugam, e nós impávidos e serenos lá continuamos a nossa viagem como se nada fosse. 

Um abraço, deste vosso amigo 
Barão da Tróia

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