quarta-feira, fevereiro 04, 2015

Em defesa de Coelho



A questão da Base das Lajes e do contrato existente entre Portugal e os Estados Unidos, veio recentemente espoletar uma situação confrangedora, em particular para os açorianos que estão em risco de perder os seus postos de trabalho.
Há muito que as Lajes são uma espécie de feudo do Tio Sam, plataforma essencial no sobrevoo do atlântico, um verdadeiro porta-aviões colossal encravado a meio caminho entre uma margem e outra do Atlântico. Ficámos recentemente a saber que os americanos querem cortar, porque a crise também os afecta, nos efectivos que possuem na base das Lajes, fazendo com o contingente de civis da base seja igualmente reduzido. Recorde-mos que numa zona deprimida e com poucas oportunidades como é a Ilha Terceira, trabalhar para os americanos, foi sempre uma das aspirações de quem queria assegurar um bom posto de trabalho bem remunerado.
Os americanos desde o incidente do “USS Maine” em 25 Janeiro 1898, começaram a revelar ao mundo a sua intenção de assumirem o papel de “supervisores” do mundo. Dado que em 1900 as suas questões internas estavam resolvidas, o território da costa do Atlântico à costa do Pacífico estava sob a mesma bandeira da União, os americanos começaram a sua política expansionista e intervencionista, com uma noção muito particular de diplomacia, já não me recordo se foi Kissinger ou Roosevelt, Teddy e não o Delano, que disse que a diplomacia é uma conversa amena com um pau guardado atrás das costas.
As relações entre os EUA e Portugal têm sido sempre muito fáceis, basicamente eles mandam e nós fazemos, tal como se viu com o vergonhoso e subserviente papel representado pelo senhor Barroso na cimeira do Atlântico que lançou a delirante invasão do Iraque. Logo, quando os americanos decidem retirar e alterar os contratos na Base das Lajes, pouco ou nada nos resta fazer.
E é triste ver o aproveitamento político que algumas figuras ligadas aos Açores e ligadas ao Partido Socialista estão a fazer da situação, acusando o actual Primeiro-ministro, sem absolutamente razão nenhuma. Primeiro porque o senhor Coelho é um pobre diabo a quem ninguém liga peva, dirige um ermo esquecido, onde faz de conta que manda, sabendo nós perfeitamente que há muito que quem manda realmente em Portugal é a União Europeia, e são os nossos próprios governantes que muitas vezes, bem demonstrando a sua total relatividade e falta de préstimo, se escudam nas regras da EU para não fazerem isto ou aquilo, revelando quem verdadeiramente detém o poder.
Ora face a este cenário é de muito mau gosto e de uma grande falta de honestidade intelectual acusar o senhor Coelho, de não fazer nada sobre as Lajes. É de uma muito maior baixeza intelectual sugerir que o pobre senhor Coelho, deve ter esta ou aquela posição e exigir o que quer que seja, porque isso é falso, o pobre homem não pode fazer nada excepto engolir em seco e rezar, se acreditar nisso, para que os “ianques” não decidam de vez dar às de vila Diogo e mandar as Lajes às malvas, coisa que duvido que jamais farão, pois em termos estratégicos essa base é uma plataforma logística de importância extraordinária, e tendo em conta o estado das coisas no Médio Oriente, mais tarde ou mais cedo será necessária.  

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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