A questão da Base
das Lajes e do contrato existente entre Portugal e os Estados Unidos, veio
recentemente espoletar uma situação confrangedora, em particular para os
açorianos que estão em risco de perder os seus postos de trabalho.
Há muito que as
Lajes são uma espécie de feudo do Tio Sam, plataforma essencial no sobrevoo do
atlântico, um verdadeiro porta-aviões colossal encravado a meio caminho entre
uma margem e outra do Atlântico. Ficámos recentemente a saber que os americanos
querem cortar, porque a crise também os afecta, nos efectivos que possuem na
base das Lajes, fazendo com o contingente de civis da base seja igualmente
reduzido. Recorde-mos que numa zona deprimida e com poucas oportunidades como é
a Ilha Terceira, trabalhar para os americanos, foi sempre uma das aspirações de
quem queria assegurar um bom posto de trabalho bem remunerado.
Os americanos desde
o incidente do “USS Maine” em 25 Janeiro 1898, começaram a revelar ao mundo a
sua intenção de assumirem o papel de “supervisores” do mundo. Dado que em 1900
as suas questões internas estavam resolvidas, o território da costa do
Atlântico à costa do Pacífico estava sob a mesma bandeira da União, os
americanos começaram a sua política expansionista e intervencionista, com uma
noção muito particular de diplomacia, já não me recordo se foi Kissinger ou
Roosevelt, Teddy e não o Delano, que disse que a diplomacia é uma conversa
amena com um pau guardado atrás das costas.
As relações entre
os EUA e Portugal têm sido sempre muito fáceis, basicamente eles mandam e nós
fazemos, tal como se viu com o vergonhoso e subserviente papel representado
pelo senhor Barroso na cimeira do Atlântico que lançou a delirante invasão do
Iraque. Logo, quando os americanos decidem retirar e alterar os contratos na
Base das Lajes, pouco ou nada nos resta fazer.
E é triste ver o
aproveitamento político que algumas figuras ligadas aos Açores e ligadas ao
Partido Socialista estão a fazer da situação, acusando o actual
Primeiro-ministro, sem absolutamente razão nenhuma. Primeiro porque o senhor
Coelho é um pobre diabo a quem ninguém liga peva, dirige um ermo esquecido,
onde faz de conta que manda, sabendo nós perfeitamente que há muito que quem
manda realmente em Portugal é a União Europeia, e são os nossos próprios
governantes que muitas vezes, bem demonstrando a sua total relatividade e falta
de préstimo, se escudam nas regras da EU para não fazerem isto ou aquilo,
revelando quem verdadeiramente detém o poder.
Ora face a este
cenário é de muito mau gosto e de uma grande falta de honestidade intelectual
acusar o senhor Coelho, de não fazer nada sobre as Lajes. É de uma muito maior
baixeza intelectual sugerir que o pobre senhor Coelho, deve ter esta ou aquela
posição e exigir o que quer que seja, porque isso é falso, o pobre homem não
pode fazer nada excepto engolir em seco e rezar, se acreditar nisso, para que
os “ianques” não decidam de vez dar às de vila Diogo e mandar as Lajes às
malvas, coisa que duvido que jamais farão, pois em termos estratégicos essa
base é uma plataforma logística de importância extraordinária, e tendo em conta
o estado das coisas no Médio Oriente, mais tarde ou mais cedo será
necessária.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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