quinta-feira, dezembro 11, 2014

Os “rankings” das escolas



A juntar a tudo o que de mau que anda na Educação, e acreditem que é muito, aparece também esta outra palhaçada, é o termo mais simpático que consigo para classificar esta aberração, que faz os senhores directores das escolas e os seus acólitos ter orgasmos sucessivos de prazer administrativo.
Portugal insiste neste cretinice, que lança os mangas de alpaca das escolas num frenesim quase delirante para ver quem produz mais papelada, inútil, quem tem mais projectos, projectinhos e projectões e quem consegue embrutecer mais os pobres alunos, tiranizando as pobres crianças e pressionando-as para obterem notas magníficas, e as mais das vezes empoladas, para que as “inspecções” do faz de conta, verifiquem que a escola tal, está a desenvolver um excelente trabalho.
E de tal maneira tudo isto é patético e pateta, que se juntam escolas públicas, onde tudo falta, com escolas privadas, para onde é desviado o que falta à escola pública, juntam-se escolas de concelhos deprimidos do interior com escolas de topo do litoral, escolas da elite com escolas do bairro social onde as crianças chegam sujas, mal alimentadas se alimentadas sequer. É neste verdadeiro zoo escolar, que o ministério da Educação, consegue formatar, nivelar e classificar tudo pela mesma bitola, obtendo os tais “rakings” que supostamente querem significar que aquela escola tem qualidade e outra ali do lado não.
Nada mais longe da realidade, infelizmente as escolas portuguesas, públicas e ou privadas, com mais e ou com menos recursos, enfermam todas, com algumas, bem poucas, gloriosas excepções, de uma atroz e verdadeiramente preocupante falta de qualidade. E para provar o que digo, basta ver os curricula, os programas dimanados do Ministério, verdadeiro antro de sevandijas, a construção miserável e os métodos de ensino. Qualidade é coisa, que o nosso ensino, infelizmente não tem.
Ainda um destes dias circula aí pelas «internets» um hilariante artigo intitulado, “Apelo aos professores por parte de um pai desesperado e farto de trabalhos manuais”, concordo em parte com tudo o que lá vem, excepto numa coisa, a carta deveria ser endereçada ao senhor Ministro da Educação, e é um excelente exemplo do miserável ensino que temos, onde parece que só a matemática e o português parecem interessar, como se um cidadão fosse apenas produto de números e de letras, ora como se vê, bem pode o Ministério fazer todos os “ranquings” que quiser, que o problema não é esse.
É hilariante ver os patetas, a publicar congratulações, uns aos outros a propósito da escola deles estar nesta ou naquela posição, quando deveriam estar a execrar esse procedimento perfeitamente displicente e patético, mas como diziam os antigos, “com papas e bolos se enganam os tolos” e se país há com uma enorme reserva de tolos, patetas e labregos, esse país é Portugal e a sua miserável Educação. 

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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