Eu vejo o Conselho de Estado
assim à laia de uma mesa de estrutura em metal pintada de verde-escuro com
tampo de madeira, plantada à sombra de um telheiro ou de uma bonita árvore, onde
uns pândegos, velhotes, entre uma piscadela a mirar o traseiro da miúda que
passa, jogam uma suecada, entrecortada de dichotes e piadolas de gosto questionável.
Claro que o Conselho de Estado, é
muito mais que isso, é um órgão consultivo do Presidente da República, que
serve para nada e do qual menos ainda se aproveita, é uma daquelas insondáveis
irracionalidades de que este Estado está prenhe, reveja-se a constituição e com
seriedade acaba-se com tão degradante imagem desta cadavérica pseudo
democracia!
Cavaco, essa esfinge seráfica presidencial,
resolveu-se a mostrar ao país, perplexo com a inacção da cadeira presidencial,
fazer, como dizia o outro, “…alguma coisa, para que tudo fique na mesma.” E à
falta de melhor, convocou o famoso e inútil Conselho de Estado, foi um acto de
desespero, a tentativa final de mostrar ao indígena que afinal a função de
Presidente da República é muito importante, ao invés da realidade, que nos diz
que a função de Presidente da República é uma completa inutilidade despesista,
que custa ao país dinheiro demais para o que produz que é nada! Cavaco porém
tem tentado dizer o contrário, basta ver a quantidade de vezes que em cada um
dos seus enigmáticos discursos, Sua Excelência tece loas à sua pessoa, à sua
preclara intuição de economista, num patético exercício do mais puro
egocentrismo narcisista.
Retomando o tema. O Conselho de
Estado, é mais um daqueles arroubos de velha prostituta deste nosso Estado, em
que se insiste em manter instituições e estadões, tudo cheio de pompa e muita,
muita circunstância, com grandes mesas, muita e labrega comunicação social,
comunicados empolados e de duvidosa exequibilidade, eis o Conselho de Estado em
Todo o seu esplendor.
Achei piada a uma das decisões
desta reunião do Conselho de Estado, “…os conselheiros consideram que cabe ao
programa de aprofundamento da União Económica e Monetária criar condições para
que a União Europeia e os Estados-membros “enfrentem, com êxito, o flagelo do
desemprego que os atinge e reconquistem a confiança dos cidadãos”. Estou mesmo
a ver a EU, a tremer depois desta valiosa e sábia decisão.
O Conselho de Estado é uma maneira
porreira de nada fazer parecendo que se faz alguma coisa, custa caro, não serve
para nada, por isso ponham-no no OLX.
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
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