quarta-feira, maio 22, 2013

Ecce Conselho de Estado!



Eu vejo o Conselho de Estado assim à laia de uma mesa de estrutura em metal pintada de verde-escuro com tampo de madeira, plantada à sombra de um telheiro ou de uma bonita árvore, onde uns pândegos, velhotes, entre uma piscadela a mirar o traseiro da miúda que passa, jogam uma suecada, entrecortada de dichotes e piadolas de gosto questionável.
Claro que o Conselho de Estado, é muito mais que isso, é um órgão consultivo do Presidente da República, que serve para nada e do qual menos ainda se aproveita, é uma daquelas insondáveis irracionalidades de que este Estado está prenhe, reveja-se a constituição e com seriedade acaba-se com tão degradante imagem desta cadavérica pseudo democracia!  
Cavaco, essa esfinge seráfica presidencial, resolveu-se a mostrar ao país, perplexo com a inacção da cadeira presidencial, fazer, como dizia o outro, “…alguma coisa, para que tudo fique na mesma.” E à falta de melhor, convocou o famoso e inútil Conselho de Estado, foi um acto de desespero, a tentativa final de mostrar ao indígena que afinal a função de Presidente da República é muito importante, ao invés da realidade, que nos diz que a função de Presidente da República é uma completa inutilidade despesista, que custa ao país dinheiro demais para o que produz que é nada! Cavaco porém tem tentado dizer o contrário, basta ver a quantidade de vezes que em cada um dos seus enigmáticos discursos, Sua Excelência tece loas à sua pessoa, à sua preclara intuição de economista, num patético exercício do mais puro egocentrismo narcisista.
Retomando o tema. O Conselho de Estado, é mais um daqueles arroubos de velha prostituta deste nosso Estado, em que se insiste em manter instituições e estadões, tudo cheio de pompa e muita, muita circunstância, com grandes mesas, muita e labrega comunicação social, comunicados empolados e de duvidosa exequibilidade, eis o Conselho de Estado em Todo o seu esplendor.
Achei piada a uma das decisões desta reunião do Conselho de Estado, “…os conselheiros consideram que cabe ao programa de aprofundamento da União Económica e Monetária criar condições para que a União Europeia e os Estados-membros “enfrentem, com êxito, o flagelo do desemprego que os atinge e reconquistem a confiança dos cidadãos”. Estou mesmo a ver a EU, a tremer depois desta valiosa e sábia decisão.
O Conselho de Estado é uma maneira porreira de nada fazer parecendo que se faz alguma coisa, custa caro, não serve para nada, por isso ponham-no no OLX.

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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