Vivemos tempos
incertos, sempre ao longo da história da Humanidade, nos tempos incertos
surgiram personagens que nos fazem duvidar e as mais das vezes nos fazem rir,
tal é o ridículo que espalham à sua volta. No entanto essas personagens
influenciam as gerações a que pertencem, é sobre uma dessas personagens que vos
quero falar hoje.
O puto apareceu num
programa de televisão, tratando a apresentadora por tu, o que é revelador de
que a licenciatura não lhe serviu para quase nada em termos de educação, o
rapazola apareceu com um discurso milagreiro, bem a propósito, aqueles coisas
motivacionais é tal, um misto de pastor evangélico com deputado. O êxito foi
imediato, o sotaque bracarense, leia-se labrego, porque ele há pessoas de Braga
com sotaque que não soam como aquele rapazito, as farpelas modernaças, entre o
iupie de Massamá e o matarruano de Vale da Porca e a fraseologia cativante,
para indigentes intelectuais, e expressões fantásticas como “bater punho”.
Este rapazelho é o
protótipo da geração a que chamaremos a Geração Punheta! E o que distingue esta
geração das outras “rasca”, “ à rasca” e por aí adiante, ora distingue essa
expressão fantástica “bater punho”. O rapaz teve o condão de marcar decisivamente
uma geração, ele é o príncipe da meia desfeita, o rei da sarapitola o único e
verdadeiro Imperador da esgalha do pessegueiro o grande génio da pívia . Que
arrasta com ele toda uma geração de seguidores que idolatra as alarvidades que
debita com a velocidade de um tipo possuído ou em transe, o homem criou a
Geração Punheta!
Generalizando,
sabemos que é um exercício perigoso, mas tratando-se de traçar um perfil do
elemento típico desta geração, permite-se essa veleidade. Ora o “punheta”
típico tanto pode ser homem como mulher, porque como diz o guru do amolar da
broca, tanto ele como a sua cara-metade batem punho. No que à faixa etária
concerne o elemento típico desta geração, tem entre 23 a 35 anos, apesar de
existirem por aí uns punhetas mais
velhos, cresceu cheios de gadgets, iphones, ipads e iphodasses, milita em
juventudes partidárias betolas, estudou nas católicas ou coisas do género, é
rato de sacristia e tirou cursos de economia, gestão e merdices similares,
ávido consumidor das modas e das tecnologias, nunca vergou a mola de verdade,
presumido e arrogante debita verdades Keynesianas e adora estrangeirismos, como
Adjustment bond ou Mainframe, mas se lhe pedirem para explorar um poema de
Ducla Soares não é capaz, muito menos pensar em Pessoa ou Nobre.
Predisposto ao carneirismo
e acólito da santa madre, partidário das direitas, que de verdade não o são, a
geração punheta, elegeu o rei do bate punho como o seu guru, aquilo que na
minha geração era Morisson, Jager ou Mercury, rebeldes também destituídos de
sacralidade. A geração da pívia a eito, assenta sua mitologia no
empreendedorismo, é o seu mito supremo, danados e imprestáveis, todos os que não
tem ideias, não são criativos ou querem apenas ter um aborrecido emprego de manga-de-alpaca
numa qualquer repartição pública, se pudessem os bravos punheteiros iluminariam
as praças deste país com o fogo purificador onde em autos de fé expurgariam a
sociedade de elementos nefastos, de gente melancólica, de poetas, de
funcionários públicos e de todos os vermes que não vislumbram o Graal das
tretas motivacionais, heil empreendedor diria um qualquer Adolfo, fora hoje
renascido, curiosa a história que se reinventa repetitiva e desigual.
Eles andam por aí,
claro que um dia a moda passa e os tipos acordam, e começam a perceber, que as
pessoas, que a fantástica diversidade de modos de pensar, de apetências
profissionais e de predisposições é que fazem a verdadeira riqueza de um país,
pensem só no que seria, um país sem poetas, sem escritores, sem actores, sem
filósofos, sem pintores, sem cineastas, enfim sem gente que sonhe!
Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia
1 comentário:
Olá, Barão!! Quanto tempo!
Bem haja, que ainda cá está. Como sempre, de escrita acutilante em riste, excelente observação. É sobre aquele parolo do empreendorismo de plateia que agora anda sempre na TV, certo?
Cumprimentos, até breve!
(ex.bluerussian, do hotfudge)
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