quarta-feira, dezembro 12, 2012

Lar doce lar!



Ontem assistimos, novamente, ao encerramento, forçado, após reportagem televisiva, de mais dois lares de idosos. A fazer fé naquilo que vimos e ouvimos, o que ali existia eram mini campos de concentração para idosos, não eram lares, iguais a milhares de outros que pululam por esse país fora.
Emblemática ilustração de uma realidade escondida, num país de velhos, ninguém os quer. Não os querem as famílias que os abandonam em qualquer local, não os quer o Estado, que nada faz por eles, não os quer uma sociedade demasiado ocupada em suicidar-se, em mutilar-se e em canibalizar-se.
Entre os discursos de Coelho, de Relvas, de Soares ou de Jerónimo, é um país que soçobra em alegre parvalheira colectiva. A situação dos nossos velhotes é disso prova e revela-nos a monstruosidade obscena que enquanto sociedade somos, por outras palavras somos uns bandalhos.
O Estado supremo representante da bandalheira, representado por esta espécie de governo, este delírio neo liberal, que atabalhoado e em completo desnorte vai reagindo ao que aparece, sem que se vislumbre ponta de objectividade no seu proceder, demitiu-se completamente de acautelar esta realidade, pior ainda com os actuais ocupantes do poder, que como sabemos detestam tudo o que seja social, espanta-me que ainda não tenham riscado a palavra “social” da sua democracia!
Ingloriamente triunfa a barbárie, a coberto da malfadada crise, tudo se permite, frouxa legislação, quase inexistente fiscalização e uma pavorosa cultura de laxismo. Somos um pais criminoso, uma sociedade criminosa, que tem como maior alarde, os maus tratos a crianças, a mulheres e a velhos, somos uns imbecis, velhacos e asquerosos, como demonstra a qualidade dos eleitos que elegemos, para os governos, para as autarquias e para outras instituições!
Esta infeliz situação, revela-nos várias coisas, primeiro o risco de degradação da qualidade inerente às privatizações selvagens sem mecanismos de intervenção e supervisão, segundo que a visão ultra liberal do actual governo e a sua demissão da protecção dos seus cidadão é um acto de cobardia vergonhoso, para isto não precisamos de alimentar um governo. Terceiro, muito há a fazer nesta sociedade, muito há que trabalhar para repor os valores correctos que se perderam, esta é uma sociedade podre, asquerosa e que ainda bem que caminha para o extermínio, porque um povo que assim trata os seus não merece continuar a existir!

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

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