quarta-feira, novembro 12, 2008

"Inducação"

A actual ministra da “Educação”, que, diga-se en passant revela muito pouco da mesma, é mais uma personagem na já longa e infeliz lista de ministros dessa pasta que pontuando por uma diarreia legislativa sem par, acabam sempre por destruir ainda mais o ensino em Portugal, cada acto legislativo, cada proposta e projecto mirabolante são apresentados como a salvação da pátria, como o bálsamo que salvará esse cada vez mais moribundo doente a que chamamos “Educação”, entre as várias declarações que em nada abonaram em favor da Educação, pego numa que não recordo quem proferiu em que se declarava que a manifestação dos professores era ridícula.
Deixe que lhe diga senhora Ministra o que é ridículo nesta “Educação”, é ridículo que vejamos pelas ruas crianças carregadas de mochilas pesadas cheias e canhenhos inúteis, crianças que engrossarão a longa lista de adultos com problemas na coluna, problemas de postura e demais maleitas que mais irão sobrecarregar a também quase cadáver Saúde Pública, ridículo é que a senhora Ministra e os seus colegas sempre tão lestos em copiar todas as modinhas parvas que vêem na estranja não copiem ou adaptem ideias inteligentes.
Ridículo é ver as mesmas crianças, carregadas de sacos e saquinhos e mochilas, porque as escolas que deveriam ter armários e cacifos para todas as crianças, para que lá pudessem guardar os seus equipamentos e livros, tenham de andar sempre com a casa às costas, no entanto até percebo, porque assim as crianças vão já treinando, para quando forem adultas e tiverem uma profissão do tipo, professor, enfermeiro ou polícia, terem de andar constantemente com a casa às costas, claro se forem Juízes ou médicos isso já não sucederá, mas esses podem e mandam!
Ridículo é ver que mesmo existindo uma lei de transporte de crianças, elas continuem a ser transportadas em carrinhas e carretas que não dispõem das mais elementares regras de segurança obrigatórias pela mesma Lei que a mim me pune se o meu filho andar de carro sem cadeirinha e sem cinto, ridículo é ninguém fazer nada quanto a situações desta natureza, ridículo é quando algo acontece a culpa é do Diabo, indo todos em procissão por velinhas a Fátima, porque fazer alguma coisa, ninguém parece fazer.
Ridículo é ver paizinhos a reclamar porque os professores pedem dinheiro para material, sem se preocuparem em saber se as verbas que vem do Ministério e dos Municípios, chegam, ridículas são as verbas que esse seu Ministério atribui às escolas, tão ridículas que muitas vezes são os professores a meter dinheiro do seu bolso para poder trabalhar.
Ridículo é ver as escolas com ementas completamente desadequadas, escolas que deveriam ter cozinhas próprias e refeitórios próprios, que são servidas por empresas de cariz duvidoso com comida rasca e completamente desadequada para as crianças, empresas que vivem destes tachos e de outros “tachos” quando entram nos tais concursos, haja misericórdia para aturar tanta cretinice.
Ridículo é cada vez mais perceber que as escolas que deveriam ser locais seguros, são ao invés antros de selvajaria, pejados de cretinos e imbecis que roubam, maltratam e desrespeitam os outros, sem que haja pingo de disciplina, e não é com imbecilidades como o “Estatuto do Aluno” e testes e exames a pedido para satisfazer os papás que a coisa melhora.
Ridículo, é ver fechar escolas, num país de analfabrutos, cada vez mais analfabetos e imbecis, concentrando tudo em centros escolares que nada vão resolver, a não ser centralizar a carneirada, obrigando as crianças a fazer 50 e mais quilómetros diários e depois queixarem do insucesso escolar.
Ridículo é perceber que quem nos governa não percebe patavina do que anda a fazer, que estão mais preocupados com continhas de merceeiro cortando onde não devem para esbanjar em alarvidades, ridículo é perceber que para a senhora Ministra a “Educação” são estatísticas para apresentar em Bruxelas e brilhar muito, escondendo para baixo do tapete a torpe realidade de um país semi-analfabeto, sem qualificações e sempre a viver acima das suas posses.

Um abraço, deste vosso amigo
Barão da Tróia

3 comentários:

Anónimo disse...

Os melhores exemplos do "trabalho-prá-estatística" são os cursos de formação e as novas oportunidades, nos quais quem trabalha são exactamente os professores, porque aos alunos pouco ou nada se exige. Aliás, uma das características deste governo é exigir trabalho ao professores e facilitar a vida aos alunos.

Carla disse...

Assino por baixo Barão.
Bom fim de semana
Bj

Jorge P. Guedes disse...

UM BOM "despejar do saco" em cima dos incompetentes responsáveis pela Educação.
E olha que mesmo entre os médicos e os juízes há muitos igualmente "de saca às costas"!

A todo o conjunto de ridículos que enunciaste, atrevo-me ajuntar que é ridículo ver uma ministra da educação, numa escola, a fazer "buuuuu" a meia dúzia de putos que a apupavam ainda lhes dizendo: "Vêem, também sei!"

E mais do que ridículo, é criminoso andar apreparar gerações de semi-analfabetos atirando para cima dos professores a culpa pelo que ela bem sabe que vai acontecer.

Um abraço e bom fim-de-semana.