sexta-feira, agosto 01, 2008

Asneiras, broncas e barracadas ou A Nobre Arte de Politicar em Portugal

Quando ouviu o anúncio, estremeci, foi tal o frémito que uma ligeira doce sensação de abandono varreu o meu delicado corpo de hipopótamo, vinha aí coisa! Para o homem mais cinzento do Universo quiçá até da galáxia, vir assim num repente, invadir os ecrãs da televisão com a sua esquálida e desenxabida figura e botar faladura naquele delicioso sotaque algarvio sopinha de massa com laivos de novo acordo ortográfico, algo de importante estava a acontecer, mares revoltos, imaginação fértil a minha, tempestades avassaladoras e terríficas caminham a largas passadas para encontrar os pobres Portugueses. Quid!
À hora marcada, com um ligeiro atraso da praxe, a insigne figura de sua excelência o senhor presidente da república, apareceu, no pequeno quadradinho da televisãozita, caiu o mundo na primeira frase percebeu-se logo tudo, mudei de canal e fiquei a ver o cão franjinhas em versão moderna, os da minha bugalhada lembram-se de ver a preto e branco nos idos de 70, o franjinhas, o saltitão, o Ambrósio, personagens fantásticas, mas não tão fantásticas como aquela que ao mesmo tempo arengava aos peixinhos no outro canal.
O secretismo, a tensão e o poder do oculto, pois é disso que se trata, sua excelência o senhor presidente da república como bom católico que é tratou o assunto à laia de segredo dos pastorinhos, mais um. No fim, tal como no caso dos pastorinhos segredeirosos, o segredo era uma grande asneira, uma inefável brincadeira desse bonacheirão chocarreiro que ocupa a mais alta magistratura deste pardieiro que insistimos em tomar por país.
Os factos, bem vistas as coisas o Estatuto Autonómico dos Açores, tem tanto interesse como um furúnculo no traseiro da Tia Aurora, toda esta historieta é mais uma bronca presidencial, marca do consulado do actual ocupante do lugar, as várias reformas, milionárias, que o senhor embolsa, andam a dar-lhe cabo da cabeça, por isso dali tem saído tanta asneira, tanta que a ser-lhe atribuído um cognome, seria o Asneiredo, tantas e de tamanha monta são as ditas que este senhor presidente tem proferido.
Sua excelência, que na primeira ocasião foi ao beija-mão do barraqueiro mor do reino, enfiado nas pantufas do poder lá na sua ilhota perdida lá no meio do Atlântico ocupado com as borrascas e borracheiras, plantas lindas, que entre ponchas e liquores despontam a cada festarola quase diária em que semelhante alarve vocifera as maiores atoardas e miseráveis bojardas sem que ninguém incluindo sua excelência o senhor presidente da república, esboce o mais pequeno gesto para por na ordem a criatura. Ora é agora este mesmo republicano chefe, que vem encher a boca, não com migalhas de bolo-rei, mas com preocupações de vetos mais ou menos despropositados a propósito de algo obscuro e sensaborão como o citado Estatuto.
Sua excelência senhor presidente da república, como primeiro-ministro sempre o achei uma nódoa, alias a maior delas, o agente de ignição de todo este disparate, vossa excelência teve tudo para transformar este pais em algo sério, optou no entanto pelo laxismo e pela asneira, curiosamente como presidente da republica, não parecem existir melhoras, sempre quero ver quando da pérola do Atlântico soprar algo parecido ou pior que o estatuto açoriano, sempre quero ver o que dirá vossa excelência.

Um abraço, de fim-de-semana deste vosso amigo
Barão da Tróia

1 comentário:

Anónimo disse...

Estava eu a limpar as beatas ,deixadas na parte da manhã por um "turista",no metro quadrado de sombra a que tenho direito...quando comecei a dar por uma debandada geral do pessoal por volta das vinte horas.Será algum "marmoto" que vem aí?Não ....-Então o senhor não sabe que o Presidente vai falar ao país e deve ser assunto importante,porque está tudo em segredo.
-Maria pega na barraca e vamos tambem para casa ouvir o que é que tanto preocupa o homem...
Hoje de manhã só não lhe chamaram santo.Um barrigudo que estava a meu lado,quase com as patas encima da minha toalha,dizia que ontem foi dia de tirarem a "carcaça" da arca frigorifica.E foi.Temos um presidente ao nivel do país.Cadavérico.