segunda-feira, junho 26, 2006

O Ensino. (Humildes subsídios para a compreensão da estupidez endémica da Lusa gente. Parte 1ª de várias)

Num post recente, a caríssima amiga do Tribunal das Betas, que anda armada em calaceira pois não escreve nada, convidava-me a discorrer mais sobre o assunto,”Ensino”, devendo eu sugerir melhoramentos e soluções. Seria muito pretensioso, da minha parte dar soluções, ainda por cima a pessoas que me são superiores, hierarquicamente, academicamente e intelectualmente, só tenho uma porcaria duma licenciaturazeca que nem exerço, não sou muito inteligente, senão não estava a ganhar 80 contos num emprego precário, do qual gosto imenso, sim tenho essa sorte adoro o que faço e é curioso que em 1989 como Alferes na FAP ganhava os mesmos 80 contos mas adiante, nos post futuros sobre o Ensino, tentarei dar a minha visão, daquilo que considero deve ser o Ensino, a intenção é fazer com discordem do que digo, me chamem nomes, mas pensem no assunto e na sua gravidade.
Desde logo e à cabeça do problema, estão os alunos, nós os pais do pós 25 de Abril, aderimos de alma e coração às teorias libertárias que foram estabelecidas para tirar da opressão as pobres crianças oprimidas, abrimos a caixa de Pandora e libertamos os monstros, sim é preciso que nós pais tenhamos consciência das bestas quadrúpedes que em regra geral são os nossos filhos, é preciso dize-lo com todas as letras, BESTAS QUADRÚPEDES.
As crianças e jovens de hoje, são o mais reles e rasca sub produto da nossa incapacidade enquanto sociedade capaz de gerar melhorias e inovação, rendemo-nos aos bem intencionados rapazes da teoria do dar a outra face e às psiquiatrias da treta, que não só não tem conseguido mudar, nada como só complicam a educação da garotada.
As nossas crianças saem em geral, uns fedelhos irritantes completamente néscios, obesos e obtusos, entupidos até ao gorgomilo de morangos, açúcar e hambúrgueres. Aqui a psicologia acertou, conseguiu fazer de seres humanos, uma espécie de pastiche de clone de ser humano, uma coisa insalubre, irritante, pedinchona, mimada e emocionalmente imatura que é a criança da ainda existente classe média urbana.
Do outro lado da barricada, a criança da franja marginal da sociedade, da minoria étnica, o que quer que seja essa treta da minoria étnica, do bairro degradado, a quem se aplicam todas as teorias da psicologia moderna e que não funcionam ou então tem o efeito reverso, pois os putos fartos de apanhar seca dos psicólogos voltam-se para a delinquência. Aqui a violência o abandono, o alcoolismo, a falta de assistência dos pais das famosas comissões de protecção de menores, dos inefáveis omnipresentes e omniscientes pedagogos modernos, produzem crianças violentas, tristes e que morrem de maus tratos, de fome e de tudo o mais sem que ninguém parece conseguir fazer nada.
No topo temos a criança da elite, em tudo igual, à da classe média, excepto, na capacidade de pedinchice directamente proporcional à bolsa dos papás e no tratar toda a gente por tio, tia ou você. São igualmente mimados e irritantes.
Ora estas condicionantes sociais, produzem o quê, produzem que tipo de Alunos, simples, produzem regra geral, consciente como estou do perigo da generalização, alunos medíocres, desatentos, mal-educados, rapaziada para quem todas as disciplinas são uma seca e cujos interesse giram à volta dos ipod, hip-hop e barulheiras do género, xbox, charros, bezanas com shots e telenovelas de discutível capacidade intelectual.
Produzem Alunos, mal-educados, que desconhecem o significado de um simples “Bom Dia” do acto de esperar de ser paciente, de não interromper quem está a falar, Alunos que pura e simplesmente desconhecem o significado da palavra “NÃO”, habituados que estão a ter telemóvel topo gama e mais dinheiro no bolso do que seu que sou adulto. Estes Alunos, são o produto acabado da nossa incapacidade, da nossa incultura e ignorância, enquanto subsistir este modelo de educação o ensino será sempre a treta que é neste momento, estes pequenos bárbaros ignorantes são mais uma vez e apenas o resultado de uma sociedade triste, displicente, ignorante e estúpida. Com Alunos destes não há escola que resista. A solução para isto é simples, eduquem os pais para eles puderem educar, os filhos, educar é ensinar a respeitar o próximo, não cuspir no chão, não estacionar o carro em cima do passeio, pedir por favor, dizer obrigado e bom dia. Ter respeito por si enquanto pessoa, para ter respeito pela liberdade dos outros, ajudar empenhando-se em causas sociais, ler jornais ler livros ver concertos, ter prazer no conhecimento e incentivar a descoberta, nunca dizer que não tem tempo para o seu filho e suborna-lo com dinheiro. A para termos melhores alunos é simples, basta sermos melhores como sociedade, não é fácil, mas também não é impossível.

Um abraço deste vosso amigo
Barão da Tróia

12 comentários:

Cecilia M disse...

É verdade temos de nos educar a nós primeiro aos nossos filhos depois; e não ter preguiça de educar os nossos filhos, nem medo de perdermos o seu amor só porque vamos contra os seus impulsos imaturos. É muito mais dificil e caro(o tempo é para nós mais precioso que alguns euros) dizer não do que ceder!Não podemos esperar do governo que façam o nosso papel.

A Sonhadora disse...

porreta barão!!!foi suada...dolorosa...mas é nossa!!!
Tás a ver...também noutros campos poderemos ganhar....se nos unirmos, e ter confiança!!!
era bom que toda a gente aprendesse com a lição do futebol...que dizem ser "BREGA"...mas quando estão em união e sintonia...conseguem destas proezas...
Um abraço da sonhadora

A Sonhadora disse...

Quanto à educação...tens toda a razão...se não fôr em casa que se aquirem hábitos de educação...não são os professores na escola que os têm que dar.Eles estão lá para instruir....que é outra coisa...
Os valores estão de tal maneira deturpados....que quem é educado, é quase penalizado...por não ter atitudes agressivas e menos correctas!
Os próprios pais mtas vezes atacam os professores frente aos filhos...já várias vezes observei isso...assim, como é que se pode gritas por uma educação mais direita?!
Abração

Ana Luar disse...

Queres saber Barão? O mundo anda todos ás avessas.... endoidaram todos... as pessoas perdem os seus valores... e querem tomar conta dos valores dos que ainda sa pulso conseguem ter alguns. Não existe respeito por nada... seja os pais pelos professores sejam os professores pelos pais e etc...etc... o que dizes tem muit arazão... a educação deve começar dentro de casa.... mas como educadores... ou professores temos a responsabilidade de incutir nas crianças valores que possivelmente nunca viram... mas como transmitir valores que quase são uma utopia neste mundo de gente doida?

papoilasaltitante disse...

100% de acordo!!!
Farto-me de diser isto mesmo!!
Bjs

Klatuu o embuçado disse...

Meu caro Barão... você está a fazer o diagnóstico dos efeitos e não da causa!...
A causa é: 32 anos de desgoverno do País! 32 anos de políticos de merda! 32 anos de pseudo-democracia!
Posso até concordar com muito do que diz mas... A verdadeira culpa não é dos putos, nem dos pais, nem dos professores... é generalizada, é de toda uma sociedade pateta e apática... Mas o fulcro da culpa é sempre política e moral... e essa é: do Estado!

P. S. Mas você também poderia falar dos actuais mancebos... que juram Bandeira... para depois roubarem armas e munições... e até viaturas!
Acha que a culpa é do Exército?

Isa Maria disse...

falas imensas coisas das quais muitas concordo: os meninos hoje não sabem aproveitar para o bem(mas o q é o bem??)as grandes possibilidades que as tecnologias lhes dá de mão beijada.
E são uns emninos mimados e cheios de tudo. Irritantes tb. Mas os paizinhos saõ os grandes culpados: não lhes cortam estas amarras de grosseirice e preguicite. Não dizem bom dia a ninguém, mesmo quando entram nas escolas, não param nas escolas para saberem como estão os meninos e muitas vezes quando lá entram é para deitar abaixo a escola quand esta tentou por o seu menino no lugar certo; não con vivem com os professores, e muitas outras coisas, que o q eu quero dizer jávai long e se calhar confuso

Teresa Durães disse...

Não sei se não concordarei com o Klatuu. Uma sociedade perdida...

Boa semana

Elisheba disse...

Klatuu...sempre agressivo. Talvez por haver pessoas assim é que o pais esta como esta...com muita raiva.

Se os pais não têm educação, como poderemos exigir que eduquem bem os seus filhos??!!


Joquinhas e obrigada pela visita!

Cherry Blossom Girl disse...

O mundo ao contrário...

Força PORTUAGAAAAAAL!!!
***

SA disse...

Condordo inteiramente com esta tua visão , ainda que pessimista. também há os bons exemplos. Infelizmente não abundam e são olhados de soslaio pela maioria

Teresa Durães disse...

Trabalhei muitos anos no ME.... como informática...
Reformas, contra-reformas.. mudar de governo 4 em 4 anos, de Ministro não sei quantas vezes não dá saúde a ninguém. Desacreditar professores menos ainda.

Os alunos andam sobrecarregados, as escolas (não todas mas muitas) até tentam milagres. Mas, atacarem os profs a toda a hora gera profs frustados, dizerem mal dos funcionários publicos gera mal estar e insatisfação, retirar o trabalho a quem percebe para colocar nas mãos de um grupo de imbecis que são os amigalhaços não ajuda....

O ME é muito grande e está infiltrado de muitos políticos. Ratos, como lhes chamávamos. Todas as vezes que se tenta fazer seja o que for, alguém põe um travam.

Ainda bem que saí de lá, ia ficando doida. É um dos piores ministérios. Para além disso, este ano vai ser muito mal para os profs. Aguardem... A propaganda (sim, propaganda) deve ser pesada.

Se consultarem dados comparativos com a UE o nosso ensino não é mau
(e é bom a partir do 10º ano)

Não há acompanhamento nenhum no 1º ciclo, praticamente está ao abandono desde sempre.

E as medidas que se tomam são só economicistas e a pensar nas grandes zonas urbanas.

Enfim, é um salve-se quem puder.

E cada vez mais, quem tem dinheiro salva os filhos, quem não tem, não salva.

Mas, num país onde a cultura é desprezada, a formação é ignorada, a educação anda aos trambolhões, não culpem os pais que andam aflitos a tentar pagar as rendas das casas.