quarta-feira, março 27, 2024

Consummatum est

 

Fonte da imagem:https://www.pinterest.pt/pin/448108231658585098/

 

 

 

Hoje, já passaram muitos dias sobre o mais recente acto eleitoral, o que se passou nesse Domingo parece ter sido para muitos uma surpresa. Na realidade, não se passou nada que não fosse inteiramente previsível, a vitória da AD ou a subida do Chega, factos mais relevantes, foram sobejamente antecipados, pelo menos por todos os que não tenham andado distraídos.

No que concerne à AD, a vitória, foi realmente uma vitoriazinha, poucochinha, que deixa Montenegro no pau dos bois, como sói dizer-se, o homem fez pouco melhor que Rio, na realidade fez bem pior, Rio ao menos concorreu sozinho, Montenegro é um líder medíocre, sem carisma, falho de empatia, pode ser boa pessoa, politicamente é um pobre diabo que arruinou o PSD, que melhor teria feito, é minha convicção, se tivesse concorrido sozinho, ao ressuscitar aqueles cadáveres politiqueiros, CDS, essa estrutura anacrónica e bafienta, mais o PPM, estrutura ainda mais anacrónica e ainda mais bafienta, o que Montenegro fez, foi afastar muita gente que até votaria no PSD, mas não votou na AD, estou até convicto que se Sá Carneiro voltasse hoje à vida correria com aquela gentalha toda ao pontapé, o que acontecer à AD será apenas culpa do senhor Montenegro e dos seus estrategas, não poderão culpar mais ninguém. Na realidade a vitória da AD, foi na realidade a derrota do PSD, é por isso que lá pelas bandas do PSD está tudo a torcer para que Montenegro caia, para que então, o inefável Coelho, qual “sebastião” surja do nevoeiro para salvar a honra do convento, mais do mesmo, mais miserabilismo portanto.

O PS e o seu menino birrento, perderam. No entanto tendo em conta o desgaste do PS, com todas as trafulhices, intrujices e trapalhadas a que assistimos nos últimos oito anos, tendo em conta que o actual líder fez parte do governo, tendo inclusive estado no centro de algumas dessas trapalhadas, a derrota do PS até não é assim tão esmagadora como deveria e poderia ter sido, o PS perde por meros 51029 votos de diferença, ou seja perde por uma pequena margem de menos de uma décima, perde por 0,8%, facto que deveria fazer corar de vergonha o senhor Montenegro. De novo, a realidade é que o PS foi derrotado, não tanto como deveria ter sido, creio eu, mas aguardemos para ver o que aí vem.

Vamos aos vencedores, o Livre é claramente um vencedor, um pequeno partido que vive da figura carismática do seu líder, projecto político que duvido que sobreviva sem esse mesmo líder, mas isso é outra história, o Livre depois do tiro nos pés com a péssima escolha do senhora Joacine para deputada, parece agora ter reorientado o discurso e abandonado o radicalismo a cheirar a prepotência anti democrática da anterior escolha, é efectivamente um dos vencedores das eleições elegendo 4 deputados.

O grande vencedor porém, é o papão, o Chega entra no parlamento na próxima legislatura com quase meia centena de deputados (48), mais de um milhão de eleitores votaram no Chega, tornando o partido do senhor Ventura, que tal com o Livre, duvido que sobreviva sem o líder, numa força com a qual invariavelmente o senhor Montenegro terá de se entender se quiser ter algo que se assemelhe a uma governação estável, caso isso não aconteça, só a benevolência do PS salvará a AD, ou então o calculismo estratégico do Chega, que também poderá ir votando pontualmente alinhado com a AD, mas sempre com a ameaça velada de que lhe poderá em qualquer altura tirar o tapete.

Os restantes partidelhos, BE, IL, PAN conseguiram manter os seus estatutos de partidos periféricos mantendo os seus pequenos grupos parlamentares, apesar de BE e IL, terem falhado redondamente nos seus objectivos de crescimento que impuseram às suas candidaturas, o PAN ficou igualmente aquém daquilo que queria, mas assim é a Democracia. No que toca a outra aberração anacrónica bafienta a CDU, felizmente conheceu outra derrota é minha grande esperança, que numas próximas legislativas desapareçam efectivamente do panorama parlamentar português, pois não fazem lá falta alguma a par do CDS e do PPM.

Concluindo, o governo da AD, reacção patética de um PSD em implosão liderado por uma liderança fraca e desnorteada, será um governo a prazo, se tivesse que apostar diria que não duram 1 ano, espero porém a bem da estabilidade deste pardieiro mal frequentado a que ainda chamam Portugal, que a minha predição não se concretize, o PS vai fazer a sua travessia do deserto, o senhor Santos vai apaziguar as dissidências, apagar os fogos latentes dos “Costistas” e dos “Carneiristas” que podem fazer perigar os objectivos do chefe, que inclusivamente já enviou recados para dentro, mas atenção que Assis que não é santo nenhum vai estar de olho.

A Democracia, apesar da surpreendente baixa da abstenção, é a principal perdedora, em especial com a presença no parlamento de partidos como o CDS, o PPM, a CDU e o Chega, sem prejuízo de eu estar convicto de que o Chega é um saco de ar quente, porque confrontado com a realidade, restam-lhe duas opções, ou continua o discurso histérico e oco, que se esgotará e será redundante, ou então opta por uma posição em que imperará a moderação e sentido de Estado que lhe garanta uma maior fiabilidade e confiança, o que por incrível que pareça, tornará o Chega um partido realmente perigoso.

Resta falar de um outro grande perdedor, Sua Excelência o senhor Presidente da Republica, perde porque enquanto principal instigador e fomentador da situação que nos fez aqui chegar, cada vez que apareceu para tentar dar um ar da sua graça, mais valia ter ido nadar, porque meter água por meter água, mais vale ir fazê-lo no mar. A culpa do aparecimento de fenómenos como o Chega é da inteira responsabilidade dos bandalhos politiqueiros que ocuparam os governos, os parlamentos e as autarquias nas últimas quatro décadas, a culpa é deles, das suas trafulhices e bandalheiras, da impunidade que deixaram instalar neste país, a culpa é da sua imensa falta de cultura democrática e da sua cupidez, só a essa gentalha politiqueira medíocre e impostora se deve o surgimento de algo como o Chega.

Quanto ao resto, meus caros, nada de novo, vamos continuar a ser um pardieiro miserável, porque ao longo destes últimos 40 anos, se esqueceram de criar um país, é aliás interessante ver alguns desses patéticos vendilhões do país aparecerem nas televisões a dar receitas de governação, que excelentes poetas dariam se caladas as suas bocas estivessem. A verdade é que não temos dinheiro para ser um país, vivemos à 300 anos de esmolas e de mão estendida. Consummatum est, siga o baile.

 Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

segunda-feira, março 04, 2024

A Ucrânia, a Palestina e a Europa

 

 

Tenho cada vez mais a sensação que a Europa, esta Europa comunitária, é uma grande farsa, gerida por ineptos, por gentalha medíocre, uns de Esquerda, outros de Direita, todos irmanados na mediocridade miserável dos pobres de espírito, facto facilmente constatável olhando para as posições que a Europa tem tomado acerca de problemas prementes deste Mundo, esta coisa chamada “União Europeia” que de Europa vai tendo cada vez menos e de “União” tem ainda menos, aliás eu creio que isto é a “União” do “cada qual por si e depois logo se vê”.

A falta de empenho na defesa da Ucrânia é um desses factos lamentáveis, a falta de testosterona de uma Europa fraca e medíocre é a todos títulos descredibilizadora desta dita União. É absolutamente patética a falta de empenhamento, a medíocre falta de uma União de gente forte que defenda os tais “valores” Europeus contra os ditadores miseráveis e desumanos que assassinam sem qualquer remorso.

Falharmos na defesa da Ucrânia é falharmos na defesa de causas e de valores estruturantes daquilo que queremos que a Europa seja bem como de um projecto europeu que tarda em se afirmar, falharemos na defesa da decência em detrimento das oligarquias mafiosas que sustentam ditadores de tiques nazis, todos apontaram, e muito bem, o dedo às escolas de doutrinação das SS durante a Segunda Guerra, no entanto 78 anos depois, a Europa está agora cheia de madrassas, a pregar a destruição da terra que os acolheu, falharmos na defesa da Ucrânia é falharmos mais uma vez, como estamos a falhar em relação à propagação das madrassas, na defesa de nós mesmos, será dar aos nossos netos um “nada” como futuro, e tanto que devemos à Ucrânia.

Entretanto na Palestina, desde o ataque genocida daquela turba assassina, encapotados ou antes travestidos de partido político, ataque esse, claramente incentivado pelos tais ditadores sanguinários de tiques nazis e pelos financiadores genocidas das madrassas onde se apela à nossa destruição, Israel lançou-se igualmente numa fúria devastadora que não vai levar a sítio nenhum. Temos de defender a existência da Palestina, mas também temos de defender a existência de Israel.

Aqueles territórios onde hoje se encontram a Palestina e Israel, vivem há milénios em conflitos, foram sempre uma zona tampão, uma zona de conflito, de várias raças e credos, para não irmos mais atrás, comecemos então com a destruição do templo em Jerusalém, falemos da revolta judaica que levou a essa destruição e na expulsão dos Judeus desses territórios que hoje são a Palestina e Israel, ainda no 1º século da era cristã, umas centenas de anos depois, os primeiros cristãos, constataram que necessitavam de aliciar os romanos ricos para a nova religião que despontava, depressa perceberam que para atingir esses objectivos não podiam culpar Roma por crucificar Cristo, havia que criar um bode expiatório para arcar com essa culpa, na falta alguém mais óbvio escolheram os Judeus, essa mentira perpetuada ao longo dos séculos deu azo ao antissemitismo que daí para cá tem ensombrado a presença das comunidades judaicas na Europa, sendo certo que, os “pogroms” ou seja, as ondas de violência homicida, contra Judeus, foram ao longo da história europeia uma constante, desembocando no fim do Século XIX com um crescimento do antissemitismo em países com a Áustria, a Alemanha, a França, a Polónia e a Rússia, sendo porém nesta altura que o jornalista e activista Judeu austro-húngaro Theodor Herzl lança a ideia do “Sionismo” que congrega em si a ideia da emigração e regresso dos Judeus a um estado judaico de onde tinham sido expulsos.

É desse modo que após alguns milhares de anos, após várias invasões e convulsões depois, das quais a com mais impacto, terá sido a islamização daqueles territórios, chegamos a 1914, chegamos à Grande Guerra, onde naqueles territórios restavam ainda uns 8% de judeus no conjunto da população, essencialmente etnias islamizadas, chegamos à altura em que as propostas do já citado Herzl, o “Sionismo”, estavam já implantadas em muitas mentes, prontas a serem exploradas pelas potências europeias envolvidas no conflito, da mesma forma, exploraram o antagonismo entre árabes e turcos, isto porque a ideia de um grande Islão, continuava, tal como ainda hoje, bem vivo na consciência colectiva das elites intelectuais árabes, dessa forma, promovendo o nacionalismo árabe e fazendo que os árabes quisessem abandonar o jugo turco otomano, as potências europeias esperavam fazer pender o fiel da balança para o seu lado desestabilizando o já frágil mas ainda temível Império Otomano.

É assim que a partir de 1915 em especial a Grã-Bretanha começa a explorar a abertura dos árabes, basicamente foi-lhes dito que se se revoltassem conta os otomanos teriam a independência dos seus vários territórios, aos judeus porém prometeram uma pátria, se tal como os árabes ajudassem a derrotar os Otomanos.

O jogo de interesses moveu a assinatura de acordos como a Declaracao Balfour ou o acordo Sykes-Picot, um e outro documentos tinham profundos e bem fundamentados objectivos políticos e económicos, motivados por causa da situação que os Aliados experimentavam com a Grande Guerra. Não eram apenas os Ingleses e os Franceses tinham acordos para partilhar o império otomano quando a guerra terminasse e o turcos otomanos fossem derrotados, também os Russos demonstravam interesses geopolíticos.

A Grã-Bretanha vai prometer a independência aos árabes procurando assegurar o domínio do Canal do Suez para continuar a poder mover, com relativa facilidade, o seu exercito da Índia, outro interesse que importava assegurar, na perspectiva da Grã-Bretanha, era o petróleo do Iraque.

O fim da Grande Guerra, vai deixar, árabes e judeus, descontentes, o Médio Oriente, continuará a ser uma espécie de protectorado das velhas potências Europeias, os anos 20 e os anos 30 vão passar com rapidez, não sem escolhos, existiram revoltas e desacatos violentos que começam em 1920 e vão durar até 1939, quer árabes quer judeus vão lutar à vez uns contra os outros e contra os britânicos. A partir de 1948, começa o diferendo palestino, com a criação do Estado de Israel.

A solução dos dois Estados, é a verdadeira solução, não a actualmente existente, que na minha opinião não passa do que uma farsa grosseira, a verdadeira solução dos dois Estados implica a divisão do território em duas partes, algures entre os paralelos 31º e 32, com uma capital comum sita em Jerusalém, a Palestina e os Palestinos precisam de ser defendidos, mas Israel também. Veremos se esta Europa tíbia, fraca e cada vez mais medíocre sobrevive a estes dois, se não surgirem outros, grandes dilemas, sendo que defender a Ucrânia será determinante para o nosso futuro, Macron, pessoa que não tenho em grande estima, tem toda a razão.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

 

segunda-feira, fevereiro 26, 2024

“os idos de Março”

 

Fonte da imagem:https://columbiametro.com/article/beware-the-ides-of-march/

 

 

Ao dia a que este pequeno artigo sair publicado no Notícias de Almeirim, faltarão ainda uns dias para o dia 10 de Março, dia marcado para as eleições legislativas antecipadas, de onde resultará mais um governo de ineptos incapazes, igual aos anteriores e semelhante aos futuros, que fará mais do mesmo, deixar Portugal cada vez mais submerso em trampa até ao desaparecimento final já anunciado por vários sinais, que estão aí para quem os quiser ver, como sejam por exemplo, o desequilíbrio demográfico, o falhanço das instituições, vejam-se os exemplos da Saúde, da Educação, da Justiça e da Defesa, para já não falar no completo descrédito da classe política, são estes os sinais que prenunciam um não muito bom futuro para este pobre país, sinais que não auguram nada de bom, auguram isso sim, o mais que provável desaparecimento de Portugal, deste Portugal que conhecemos, a entidade física que foi o nosso país desaparecerá, engolido pela voragem da História transformando-se numa qualquer outra entidade, tal, a suceder não será bom nem é mau, é apenas a História a seguir o seu curso.

Mas não é desses meus delírios que vos quero falar, mas das opções políticas que teremos nas próximas eleições, a escolha é absolutamente miserável diga-se em abono da verdade, será escolher entre o mau e o pior. Entre a Esquerda, mal representada por um partido socialista, herdeiro do socratismo, e a Direita representada por um partido social democrata fraquinho que precisou de ir desenterrar uns cadáveres políticos bafientos do tipo CDS e PPM, um como o outro exemplos supremos de entidades políticas anacrónicas patéticas, que bem ficariam enterrados ao invés de serem “ressuscitados” por um muito fraco líder do PSD, porque infelizmente o senhor Montenegro possuidor que é do carisma idêntico ao de um queijo flamengo acossado pelo calor, ademais com a sombra negra e fantasmagórica do desejado Coelho, tudo condimentado pelos arroubos patetas do Gasolineiro de Boliqueime, essa miseranda múmia que insiste em sair do túmulo para nos assombrar com as suas asneiradas, o pobre Montenegro não teve mais outra solução que não ressuscitar aquelas avantesmas.

Então, entre esta tropa fandanga, entre PS e PSD, existem quase nenhumas diferenças, o que dificulta a escolha, existem igualmente vários epifenómenos políticos de menor monta, do trauliteiro de Direita, Chega, ao trauliteiro de Esquerda, Bloco, navegamos entre os escolhos bafientos de um PCP, as atoardas de um Livre ou de um PAN, mais os delírios da Iniciativa Liberal, para além de cerca de uma dezena de outras forças políticas ainda menores que mais que não seja representam possibilidades de votar, para não permitir maiorias absolutas, pois esse é o grande desígnio, é imperioso impedir maiorias absolutas, isto apesar de os eleitores portugueses, os 50% que votam pelo menos, terem demonstrado que tem uma grande propensão para a asneirada, como bem demonstra o resultado das eleições anteriores com a maioria absoluta atribuída ao PS.

Por causa dessa propensão para o asneiredo, não me admirava em nada que a “geringonça” de Direita, vulgo AD, fosse agraciada com uma maioria absoluta, apesar de pessoalmente acreditar que tal não irá acontecer. O que eu quero dizer com toda esta arenga, é que facilmente se entendem as opções e dúvidas dos pobres eleitores que estão entre a espada e a parede no que toca às escolhas, a qualidade miserável é atributo partilhado entre PS e PSD, pior só o PSD na forma AD, aliança que só acrescenta mais indigência intelectual ao PSD, só um líder fraco e titubeante como Montenegro poderia lembrar-se de reeditar a AD, sendo que a actual é uma muito miserável cópia daquela AD com gente de qualidade dos outros tempos, a actual AD parece um estaleiro de obras tanto é o entulho, esta minha opinião acerca da AD não significa de todo que o PS esteja melhor, infelizmente não está, se estivesse sempre existiria uma opção menos má, tal não acontece porém.

O todo que resta, é uma infeliz salada de opções patetas, dos miseráveis comunistas, essa turba bafienta com laivos de nazismos estalinistas, aos amalucados do Chega e ou da Iniciativa Liberal, acabando nos hipócritas caviar do Bloco de Esquerda é todo um manancial de miséria. E é isto meus caros, estamos reduzidos a votar em gentalha absolutamente medíocre, desejo tão somente que seja qual for a vossa opção, o façam em consciência, pois tal é necessário para continuarmos a garantir que esta “Democracia” cada vez mais uma “Farsocracia”, continue, porque as opções que temos são claramente piores, isto porque infelizmente estamos limitados a escolher o menor dos males, tal é o estado a que chegámos.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão de Tróia

 

segunda-feira, fevereiro 12, 2024

OS “CACHOPOS BIRRENTOS”

 

 Fonte da imagem: https://cafemom.com/parenting/153562-17_most_annoying_things_about

 Há, por cá, uma nova geração que assalta o Poder, uma geração a que dei o nome de “Geração cachopos birrentos”, parecem uma torrente a cair a pique do cimo da montanha, são uma geração que até há pouco, víamos essencialmente ligada aos municípios, às assessorias nos ministérios e eventualmente ao Parlamento. É uma fornada de politiqueiredo, com menos de cinquenta anos, como marca possuem o facto de serem raros os representantes dessa geração, que alguma vez trabalharam fora dos meandros das intrigas políticas, quase todos viveram sempre no “aquário” das “J’s” partidárias, desde cedo fizeram parte das estruturas da administração pública, para onde foram nomeados e ou se fizeram nomear, pelos “padrinhos” políticos, recorrendo ao famoso método da “cunha”, dos concursos “martelados”, à conta dessas pulhices, muitos possuem lugares guardados, em várias instituições públicas, fazem parte dos quadros profissionais de várias instituições na função pública, alguns sem formação académica até conseguiram que os fizessem técnicos superiores, mercê dessa mesma pulhice politiqueira.

A “Geração cachopos birrentos” é a digna sucessora da anterior Geração de mostrengos polítiqueiros, chamei a essa anterior a “Geração Analfabruto”, pois foi uma corrente de ineptos políticos que pontuou por ser composta essencialmente por gente inculta, por verdadeiros analfabrutos, todos conhecemos exemplos dessa gentinha, ocuparam o poder até há uns anos, estão agora na casa dos cinquenta e picos, sessenta e tal, são uma verdadeira corja, uma elite mafiosa, alguns oriundos das antigas colónias fizeram inclusivamente uma espécie de grupo de elite da intrujice, havendo no entanto um ponto em comum entre todos, independentemente da cor partidária, uma ambição desmesurada bem como uma generalizada falta de qualidade.

Os mais antigos, lembram-se de uma geração de políticos de altíssima qualidade, gente culta, com sentido de Estado, de com currículos invejáveis, feitos no sector privado nas mais variadas actividades profissionais, gente da elevada qualidade de um Adriano Moreira, Soares, Cunhal ou Freitas, para citar apenas alguns dos mais mediáticos, os últimos herdeiros dessa verdadeira elite de verdadeiros homens políticos, Costa e Rio, vimo-los, infelizmente, sair em desgraça.

A “Geração cachopos birrentos”, deu sinal há já uns tempos, primeiro no CDS, com uns cachopos que deixavam crescer umas barbichas mal semeadas para parecerem mais velhos, depressa essa “moda”, apareceu noutros partidos, excepto no bafiento PCP, culminando actualmente na geração que vai liderar o PS, e as próximas eleições serão então um combate titânico entre os representantes da anterior “Geração Analfabruto” personificada pelo líder do PSD, e os representantes da “Geração cachopos birrentos” personificada pelo actual líder do PS, para além das quase inexistentes diferenças entre as propostas partidárias, o que estará em causa são visões diferentes de percepcionar o Mundo baseadas no facto de efectivamente de um lado e do outro estar gente de gerações diferentes.

A “Geração cachopos birrentos”, traz pouco de novo, aprenderam desde muito cedo, as trapaças e trafulhices politiqueiras que viram os mais velhos fazer, mimetizando os comportamentos pouco democráticos do antanho, são aliás pessoas pouco democráticas, mesmo aqueles que se enrolam em bandeiras e cantam o hino no 25 de Abril, antes pelo contrário são gente, mal formada, prepotente, dada a “vendettas” pessoais, sobre aqueles que com eles não concordam, no fundo não passam de gentalha medíocre, de rebotalho politiqueiro, espelho de uma sociedade cada vez mais medíocre, cada vez mais incapaz e miserável, prenhe de gentalha inepta, bem vindos ao priorado dos intrujões, dos aldrabões e dos indigentes intelectuais, bem vindos à era da mediocridade generalizada e bitola de todo o resto.

A “Geração cachopos birrentos”, irá seguramente dominar doravante o panorama político, se olharem para as extremas políticas, vemos que estão dominadas por representantes dos cachopos birrentos, se bem que, com a nossa bem conhecida propensão para o “sebastianismo” não me espantaria que um destes dias, o grande exemplo vivo da “Geração Analfabruto”, Coelho “O desejado” voltasse envolto na bruma, para assombrar os cachopos birrentos, acolitado pelo espectro de Boliqueime, essa múmia bafienta que insiste em abrir a boca para dizer asneirada.

A “Geração cachopos birrentos” trará para o governo da Nação os mesmos métodos e vícios pulhas, que apanhou nas J’s, nos esconsos, medíocres e miseráveis corredores do Poder Local mais nas vielas parlamentares e nas podres redes sociais, onde muitos deles despontaram para chegarem a ministros, um deles, excelente exemplo dessa geração medíocre, pelos topes procedimentos e comportamentos, pode até ser apontado como causa próxima da queda de um governo, nada de novo, com a “Geração cachopos birrentos” creio que isso será o “prato do dia” como sói dizer-se.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

quinta-feira, janeiro 25, 2024

DOMINGOS DE QUASE CIRCO!

 

Fonte da imagem: https://tunisiastrategicreport.wordpress.com/2021/02/10/political-circus-continues-in-tunisia/

Durante dois Domingos seguidos, instalado no relativo conforto do meu lar, fui ao Circo, ou antes assisti pela televisão a um quase circo. Alguém nas televisões portuguesas ainda acredita que as pessoas perdem tempo a ver congressos de partidos políticos, já lá vai o tempo, hoje, apenas um ou outro enfastiado como eu, dedica algum do seu tempo a ver aquele tipo de pantominice, se bem que confesso, ver aquilo é melhor que assistir a um Circo daqueles sérios. Não quero no entanto ofender nem desmerecer os artistas e os Circos verdadeiros, que não devem ser de forma nenhuma confundidos com a gentalha que nestes dois Domingos se viu aparecer ali pelas televisões enquanto pertencentes aos congressos partidários exaustivamente transmitidos pelas televisões, se faço esta analogia, é simplesmente para fazer humor.

Dito isto, os eventos circenses a que assisti, um num Domingo, outro no Domingo seguinte, ao contrário dos Circos sérios e tradicionais, que, por força da legislação deixaram de apresentar números com animais, tiveram ambos como momentos altos a amostragem das capacidades das várias espécies de animais amestrados que frequentam aquele tipo de eventos, pelo monitor da televisão desfilaram em grande número, carneiros, ursos, camelos, porcos, cobras, cães, uns quantos lobos e leões, macacos de várias espécies, um ou outro elefante trombudo, gado vacum com fartura, papagaios, muitos papagaios e uma ou outra arara, aquilo foi um autêntico desfile zoológico, para quem gosta de programas sobre animais, aqueles congressos são uma verdadeira e deslumbrante passadeira de animalejos amestrados, que criam divertidos apontamentos divertindo-nos com as suas macacadas.

A par dos números com as várias espécies de animais, aqueles eventos, produziram também, muitos e variados números de palhaços. Mais uma vez não confundir os honestos e dignos palhaços dos Circos sérios, com aqueles comediantes dos congressos politiqueiros que vimos nas televisões.

Gostei então bastante, dos números dos palhaços, são sempre um sucesso, passaram por aqueles quase circos politiqueiros, várias parelhas de palhaços, palhaços solitários, mais palhaços ricos, palhaços pobres e palhaços assim-assim, foi realmente uma grande palhaçada portanto, foi efectivamente uma palhaçada das boas, daquelas à antiga, com muitas anedotas, uma das mais deliciosas, foi ouvir uns dias depois, os palhaços de um congresso a chamarem palhaços aos palhaços do outro congresso, foram muitas piadas contadas por estes verdadeiros mestres da palhaçada, viram-se muitas tropelias mais as costumeiras trapaças, naquilo que foram excelentes representações da diversidade da palhaçada nacional, até porque em Novembro já tínhamos visto um outro quase um circo politiqueiro no caso o circo politiqueiro laranja, também televisionado para quem o quis ver.

Estas pepineiras, exaustivamente, cobertas pelos vários canais televisivos durante horas a fio, com direito a comentadores e “comentadeiros” que dissecam ao pormenor cada virgula das declarações produzidas, chegando mesmo a fazer futurologia, sobre decisões, lugares e até votações, ou seja todo um circo mediático feito à volta de algo que não tem interesse absolutamente nenhum, um evento espúrio, patético, onde a única coisa de interesse é verificar o nível de pulhice que existe no Mundo politiqueiro.

Assim, durante dois Domingos seguidos, dei atenção a uns eventos politiqueiros que apelido de quase circo, pois apresentam cuidados números quase circenses, além dos muitos animais amestrados, podemos ver palhaços de várias categorias e qualidade, malabaristas versados nas artes da manipulação, mágicos que fazem desaparecer milhões de uma penada, trapezistas que dão saltos mortais e cambalhotas incríveis sendo capazes de na mesma hora dizer algo e o seu oposto, resumindo, este tipo de quase circos, são entretenimento puro, da arte da pulhice politiqueira, um deles confirmou a nova geração, a geração dos “cachopos birrentos”, mas disso falarei outro dia.

Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

quarta-feira, dezembro 20, 2023

O senhor João

                                                                            Fonte da imagem: https://www.dicionariodesimbolos.com.br/lagrima/

 

Há cerca de uns vinte anos desde que mudei de casa, que me habituei a ver o senhor João. Não éramos amigos mas havia amizade, feita de simples trocas de cumprimentos, um bom dia ou um boa tarde, um como é que vai isso, ou como está a saúde, foi assim que se foi construindo ao longo destes vinte anos a nossa amizade, mas não éramos amigos, eu não conhecia o senhor João, não sei se era bom ou mau para a família, nem isso me interessa, não sei se era bom ou mau para os amigos, também não sei se era bom ou mau para os vizinhos, para mim era uma pessoa extraordinária.

Habituei-me a vê-lo passar na sua carrinha, logo pela manhã, ou assim mais para o fim das tardes, pela manhã ia colher frutas e legumes que produzia, para vender numa banca improvisada situada na garagem da casa onde habitava, à tarde fiquei a saber que por vezes ia – por o motor a regar – claro senão as plantas ademais em tempo de estio corriam o risco de morrer sequiosas.

- Bom dia! Então vizinho como vai – perguntava-me o senhor João, com um sorriso, num rosto onde até os olhos riam. Era um enorme prazer começar o dia cumprimentado por uma alma tão bondosa, ou ouvir um boa tarde vizinho ao fim da tarde. Era assim o senhor João, um sorriso fácil, que nos cativava, nunca, nestes vinte anos o vi, e via-o quase todos os dias, com uma má cara ou má atitude, não, o senhor João era uma nobre alma, com uma luz que iluminava quem com ele falasse.

O senhor João era um homem simples, um homem produto de um tempo em que se tinha de trabalhar bem cedo na vida, os seus dedos das mãos, grossos, mostravam isso mesmo, a dura vida de trabalho que carregava, que saudades vou ter do senhor João, que saudades vou ter do seu sorriso luminoso que aquecia as manhãs frias, mais o seu genuíno – bom dia – que trazia calor a quem com ele trocava esses cumprimentos, que saudades deixam as pessoas boas quando desaparecem, que saudades terei do senhor João uma verdadeira nobre alma.

Adeus amigo senhor João!


Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia

sexta-feira, dezembro 15, 2023

Por aqui entretido na terra dos cara de ku...

 

                                                       Fonte da imagem: https://www.dicionarioinformal.com.br/diferenca-entre/cara-de-bunda/cara-de-cu/

 

 

É muito difícil viver aqui nesta “terra de caras de ku”, acendes a televisão e dás logo de caras com uma trupe de “caras de ku”, tipas esqueléticas de mamas colossais quase parecendo vacas leiteiras, cagam postas de pescada sobre a vida de outros “caras de ku”, é aquilo a que chamam crónica social, as beiças delas prenhes de botox fazem coro com os rapazes que lá aparecem, todos muito sensíveis, muito “metrocoisos”, uma corja patética, todos muito dados à intriguice, elas e eles, umas autenticas “putas regateiras” como dizia a minha avó, e não se enganava nada a minha boa avozinha.

Mudo de canal, enfastiado, aterro num pavilhão fechado, mais “caras de ku”, musica dita “popular, moçoilas já entradotas de saias curtas a cantar cançonetas com uma brejeirice própria de indigentes intelectuais, seguidas por rapazotes de melena pintada a puxar pelo sentimento em cantigas “românticas” enquanto ali em baixo os pategos ensaiam coreografias de uma alegria falsa e plástica, atrás do artista em cima do palco um coro de mamalhudas vai dando à perna e pronto, assim se divertem os “caras de ku” na sua terra.

Mudo novamente de canal, caio numa discussão kafkiana do tipo “sexo dos anjos”, quatro ou cinco “caras de ku” armados em mauzões zurzem em tudo o que mexe, são uma versão sem botox, uma versão intelectual, dos “caras de ku” da crónica social, estes aqui armados das suas licenciaturas e doutoramentos, dão um ar verdadeiramente intelectual, infelizmente aquela arenga toda não passa de uma conversa da treta, conotados com as esquerdas e ou com as direitas, debitam aquelas abstrusidades estafadas, como quem se peida, ao sabor da brisa, - são mesmo“caras de ku” penso.

Insisto, troco novamente o canal do ecrã, numa sala semi circular umas centenas de “caras de ku” entretêm-se a vociferar uns contras os outros, num pulpito, um deles vocifera, berra, acusa, é da oposição, os outros os da situação apupam e riem, os da oposição batem palmas, um verdadeiro circo medíocre dos “caras de ku”.

Desligo aquela porra da televisão. Sento-me ao computador, ligo-me a uma rede social, dou logo de caras com mais um “cara de ku”, a debitar imbecilidades, a vangloriar-se de cretinices, faz obra dirão uns, aquelas cretinices são vendidas aos “caras de ku” como se fossem os jardins suspensos de uma qualquer Babilónia, abaixo na secção dos comentários é um rol exasperante de lambekuzismo, desligo logo, estou sem pachorra, é sábado, vou à tasca habitual…

Saio pela rua fora, os “caras de ku” perseguem-me, ou será que só eu, que já estou perturbado e vejo “caras de ku” por todo o lado, estarei a ficar doido? Provavelmente estou já como os loucos, a quem a bruma tolda a vista e a música faz sonhar, mais normais que eles porém não há, e o que é ser “normal”, perguntam-se as gentes em surdina, não ousam sonhar estes normais, digo eu.

As ruas a estas horas pristinas ainda têm pouca afluência, os “caras de ku” bisonhos e ensonados volejam pelas ruelas mal amanhadas de passeios cheios de carros estacionados que nos obrigam a ir pela via, ou não fosse isto uma terra de “caras de ku” comandadas por mais e maiores “caras de ku”, finalmente chego à minha tasca de eleição, onde me recebem com um sorriso e um aperto de mão, aqui felizmente são raros os “caras de ku”, não que também não os haja por aqui, no entanto ainda é um oásis, onde me refugio horas a fio, uma ilha de gente boa, num grande mar oceano de “caras de ku” que vão passando, nesta terra de “caras de ku”.


Um abraço, deste vosso amigo

Barão da Tróia